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terça-feira, 24 de julho de 2012


Comandante confessa que se enganou no combate ao fogo no Algarve



Um helicóptero despeja água perto de São Brás de AlportelUm helicóptero despeja água perto de São Brás de Alportel (Francisco Leong/AFP)
 O comandante operacional das Operações de Socorro, Vítor Vaz Pinto, admitiu que terão existido falhas no combate ao incêndio deflagrado na quarta-feira na serra do Caldeirão, no Algarve, e que só foi dominado no domingo.

Recusou, no entanto, as acusações de falta de coordenação operacional e institucional. Reagindo a estas declarações, o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Soares, disse que Vaz Pinto deveria colocar o lugar à disposição.

“Naturalmente que houve falhas e que os meios, em algumas situações, chegaram tarde. Isso é evidente. Era impossível chegar a todo o lado a todo o momento”, disse Vaz Pinto em declarações à TSF. “Nós pensávamos que na quinta-feira de manhã o incêndio estaria dominado. Eu enganei-me, essa avaliação foi minha”, disse o responsável máximo pelas operações, que só chegou ao Algarve no sábado à noite, quando o incêndio estava dado por controlado.

Quem esteve a dirigir as operações, a partir dos centros de comando montados em Tavira e São Brás de Alportel, foi o responsável pelo Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), Abel Gomes, e o 2.º comandante nacional da Protecção Civil, José Codeço. Mas, se as coisas não correram bem no diz respeito à táctica que foi adoptada, bem pior foi o que se passou no terreno. Os bombeiros chegaram a estar parados a cerca de 400 metros do fogo, com as chamas a ameaçar casas, a aguardar por “ordens superiores”. Uma dessas situações ocorreu na Tareja, já perto de São Brás de Alportel, o que levou o vice-presidente da Câmara, Vítor Guerreiro, a denunciar a “falta de coordenação” na estrutura de comando.

O fogo começou no sítio da Catraia (Tavira), descreveu, pela serra de Caldeirão, um círculo com cerca de 75 quilómetros de diâmetro. O combate às chamas foi organizado por cinco sectores, cada um dos quais com o seu comandante, com responsabilidade para adoptar a melhor táctica de combate ao foco, em cada local e circunstância. Porém, houve ocasiões em que os bombeiros – oriundos de quase todo o país –, desconhecendo a zona, ficaram à espera de ordens para intervir, ao mesmo tempo que as populações reclamavam ajuda. Em São Brás de Alportel, Idalina Dias, ex-dirigente da Associação Voluntária de Bombeiros da cidade, em declarações ao PÚBLICO, afirmou: “Vi, literalmente, as chamas entrarem pela minha casa”. Reside no sítio Almargens, próximo do Centro de Reabilitação de Medicina do Sul, uma povoação que foi poupada às chamas, por um triz. “Na sexta-feira, à noite, telefonei, em aflição, para o CDOS – prometeram ajuda, mas não chegou”.

Diariamente, no Algarve, estiveram, em média, mil bombeiros a combater as diversas frentes de fogo activas, conforme foi anunciado no próprio site da Protecção Civil.

Reagindo às declarações de Vaz Pinto e à polémica entretanto levantada, o presidente da Liga dos Bombeiros declarou que a solução mais lógica passaria por o comandante operacional dos bombeiros colocar o lugar à disposição. “O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil [Arnaldo Cruz] já tem informação suficiente para se pronunciar”, adiantou. O PÚBLICO tentou obter a opinião de um dos responsáveis do Ministério da Administração Interna, tendo sido informado que, para já, não será feito qualquer comentário. Entretanto, o primeiro-ministro assinou uma nota de imprensa onde expressa o seu agradecimento aos bombeiros envolvidos nos incêndios e onde elogia a actividade do MAI.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, que nesta segunda-feira percorreu parte da zona sinistrada, disse à Lusa que haverá tempo para analisar o que se passou em termos de coordenação dos meios de combate ao incêndio, salvaguardando que, agora, o mais importante “é apoiar as pessoas que foram afectadas”.

Notícia substituída às 21h14
Devido a uma troca de ficheiros, foi publicada uma notícia com o título "Algarve em chamas, fumo e cinzas já chegam a Faro", que já tinha sido publicada anteriormente, em vez de um artigo sobre os incêndios em curso no Algarve nesta segunda-feira. Aos leitores, as nossas desculpas.

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