Jardim vai a festa de solidariedade a bombeiros da Ribeira Brava, mas estes não compareceram
Funchal, 28 jul (Lusa) - O presidente do
Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, marcou hoje presença numa
festa de solidariedade, de inicia...
Jardim vai a festa de solidariedade a bombeiros da
Ribeira Brava, mas estes não compareceram
Funchal, 28 jul (Lusa) - O presidente do Governo Regional da
Madeira, Alberto João Jardim, marcou hoje presença numa festa de solidariedade,
de iniciativa particular, de apoio à Associação dos Bombeiros de da Ribeira
Brava, que ficou marcada pela ausência destes profissionais.
"Os bombeiros estão de serviço com o Rali. Não vim aqui
cumprimentar os bombeiros, vim felicitar o grupo de cidadãos privados que tomou
esta iniciativa de ajudar os bombeiros", disse Jardim na Marina do Lugar de
Baixo, no concelho da Ponta do Sol, desvalorizando o facto de não contar com a
presença qualquer elemento da corporação.
"Vim cá dar um testemunho de muito apreço pela iniciativa de um
grupo de cidadãos que resolveram fazer uma festa de apoio à associação de
bombeiros da Ribeira Brava. Ninguém lhes pediu nada, foi da responsabilidade
deles e tudo o que seja voluntariado em benefício da sociedade tem que ser
realçado daí a minha presença aqui", argumentou o governante.
Jardim rejeitou que tenha havido qualquer protesto por parte
dos bombeiros há dias naquela localidade, considerando que "houve o habitual
grupo de zaragateiros, conhecidos apoiados pela comunicação social que andam
atrás deles, a cobrir o que os senhores consideram iniciativas políticas e eu
garotadas".
A presença do governante nesta iniciativa acontece alguns dias
depois da polémica em torno de declarações sobre a situação destes profissionais
que levou o responsável da Associação Nacional (ANBP), Fernando Curto, a
anunciar que esta iria interpor um processo-crime contra o líder madeirense.
A polémica surgiu depois de afirmações de Alberto João Jardim,
no decorrer de um périplo que fez na terça-feira às zonas afetadas pelos
incêndios na ilha, ter falado de uma "estranha coincidência" os fogos terem
ocorrido após declarações suas sobre os bombeiros.
A 12 de julho, Jardim disse que o governo madeirense não estava
disposto a pagar 50 bombeiros onde só basta ter 30, no mesmo dia que se realizou
na ilha um protesto da Associação dos Bombeiros Profissionais (ANBP) para
alertar para a "degradação das condições de trabalho e de vida dos bombeiros
profissionais das associações humanitárias do Funchal, de Machico e de Santa
Cruz".
Na terça-feira, depois da ocorrência dos fogos, questionado
sobre se o cenário de incêndios da última semana poderia ter sido evitado se
houvesse mais bombeiros na região, Jardim respondeu negativamente: "Sobre os
bombeiros que existem, mantenho o que disse há dias. Aliás, é uma coincidência
estranha, depois do que disse, isto suceder".
O líder madeirense reiterou que "há bombeiros a mais em uma ou
duas corporações e só nessas" e disse não estar a levantar suspeitas sobre os
bombeiros, mas sobre "a coincidência que houve de uma ação" na região. "Não
pelos bombeiros de cá, porque a maioria parte dos bombeiros de cá até porque a
maior parte dos bombeiros de cá nem estão filiados nessas organizações",
disse.
Confrontado com estas declarações, Fernando Curto afirmou
depois à Lusa que a associação vai interpor um processo-crime contra o
presidente madeirense pelas declarações sobre a "estranha coincidência", tendo o
Governo Regional reagido afirmando que o responsável da ANBP iria "responder
criminalmente" pelas afirmações relacionadas com a origem dos incêndios nesta
ilha.
AMB (PL (SR/LMP)
Lusa/Fim
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