Greve estudantil massiva nos Países Cataláns
Kaos en la Red - [Tradução do Diário Liberdade] A jornada de greve nos campus universitários convocada pela Plataforma Unitària en Defensa de la Universitat Pública (PUDUP) teve um acompanhamento em massa nas aulas e um poder de convocação enorme nas ruas.
A manifestação central da jornada no centro de Barcelona reuniu mais de 50.000 pessoas e em de Valência mais de 20.000. As marchas de Tarragona, Lleida e Girona também reuniram milhares de pessoas. A noite foi longa em muitos recintos universitários, onde se fizeram encerramentos e dezenas de alunas têm passado a noite nas faculdades de Biologia, Química, Física, Económicas, Direito e Farmácia da UB, Industriais da UPC, Escola do Trabalho, campus Raval da UB, edifício histórico da UB, campus Ciutadella da UPF ou a escola Massana, entre outras. Também deve-se destacar que muitos institutos de secundária fizeram greve e se encerraram nos centros. Bem cedo já se produziram as primeiras ações que faziam prever que a jornada seria intensa. Antes das oito da manhã um numeroso grupo cortou o trânsito rodoviário na AP-7 e a B-30, mesmo no campus de Bellaterra. Também bloquearam a estação de Ferrocarrils da Generalitat (FGC) da UAB, fato que comportou que a direcção de FGC decidisse suspender a chegada de comboios a este ponto. Os veículos que entravam a Barcelona pela Grande Via àquela mesma hora encontraram-se uma barricada de pneumáticos a arder.
As colunas desde os campus
A partir das 9h da manhã começou uma intensa atividade de piquetes que foram por todos os campus universitários. A tónica geral era com maior ou menor intensidade a mesma: um acompanhamento em massa e baixíssima presença de docentes e alunado nas aulas. O Campus Diagonal da UB apresentava um aspecto infrequente na prática totalidade das faculdades, com a exceção dos laboratórios de práticas de Química e três salas da faculdade de Economia. Os cartazes e pintadas eram presentes nas paredes, fachadas e corredores da maioria de instalações universitárias. Para as 10h da manhã iniciaram-se os atos. Um milhar de pessoas convocadas no Palácio Real despregaram um enorme cartaz contra a privatização do ensino universitário, e marcharam lentamente em direcção ao centro da cidade, provocando um colapso rodoviário considerável. O ferrocarril de superfície suspendeu-se e todos os ónibus foram desviados. A sede central da Caixa, localizada na praça Maria Cristina, ficou cheia de impactos de balões de pintura ao grito de ‘banqueiros mafiosos e ladrões’. Também numerosas pintadas no centro comercial Illa Diagonal. Na medida que oato avançava ia-se convertendo numa manifestação, já que recolhia estudantado dos diferentes centros de ensino superior (UPC) e secundário no seu percurso pela rua Balmes abaixo. Esta marcha já somava 3.000 pessoas quando se incorporou à Grande Via.
Ocupação da Estação de Rádio Ser
Outro ato com origem no campus Raval da UB dirigiu-se até o hall da estação de metro da praça Universidade, onde sabotaram dezenas de máquinas vendedoras e validadores de bilhetes em protesto pela recente subida dos preços do transporte público. A seguir dirigiram-se à histórica sede da Ser-Rádio Barcelona na rua Casp, onde ocuparam as instalações e exigiram à direcção da estação que permitisse a leitura de um comunicado de quatro minutos ao vivo. Num primeiro momento os responsáveis da rádio negaram-se, mas vendo a determinação da coluna de manifestantes optaram para abrir microfones e permitir que a mensagem de denúncia chegasse a milhares de pessoas que sintonizavam a emissora cerca das 10h da manhã. Outras marchas percorreram os campus da Universidade Pompeu Fabra e da UPC. Em municípios como Sabadell, Terrassa ou Mataró também se fizeram atos, como um corte durante uns minutos da N-2 ao seu passo pelo Maresme central.
As colunas convergiram na praça Universidade
Às doze do meio dia era praticamente impossível circular com veículo pelo centro da cidade. Todos os edifícios governamentais como a sede do Instituto Catalão da Saúde ou o Departamento de Economia e Empresa estavam fechados e com agentes fardados no seu interior. A maré de manifestantes chegava por todas as ruas próximas na praça Universidade e também pelas diferentes estações de metro do centro da cidade. Não é fácil ver o perímetro da praça Universidade desbordado de manifestantes, mas hoje foi um deste dias, e isto é um bom termómetro para avaliar o sucesso da mobilização.
Foto: El País - Produziram-se fortes enfrontamentos em Barcelona entre manifestantes e polícia, que defendeu bancos, bolsa e outros organismos responsáveis pela crise com os métodos que se observam na foto, incluindo cinco detençons.
Fonte: Diário Liberdade
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