Insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes | ||
Durante os últimos meses, temos sido assombrados pelas mais belas notícias de que há memória, no que diz respeito à nossa Ria Formosa. Os mariscos e a água da Ria Formosa irão ser alvo de um estudo no âmbito de um projeto dinamizado pela proprietária de paletes de estudos: a Sociedade Polis Ria Formosa. Garantem que estes estudos permitirão interpretar a verdadeira capacidade de carga da Ria Formosa, tanto na produção bivalves como na aquicultura e têm em vista a sua certificação. Porque não há nada como a fartura, com uma diferença temporal pouco significativa, é divulgada a abertura de um concurso público para a conceção do projeto para uma nova ponte de acesso à Ilha de Faro, que irá substituir a atual e será composta por uma só faixa de sentido alternado para circulação automóvel, com uma faixa exclusiva para bicicletas e uma outra para circulação pedonal. De facto, os projetos são importantes, mas foi ignorada a principal prioridade: as dragagens. Por outro lado, também não me parece que os dirigentes regionais e os técnicos tenham autonomia para decidir acerca da calendarização das intervenções, ou seja, esta sequência de comunicações, só pode ter acontecido em função de instruções políticas, nomeadamente, da tutela em concubinato com o Eng. Macário Correia. Objetivo: as eleições autárquicas do próximo ano. Vejamos porquê. Quando a Barrinha (Barra de São Luís) e canal adjacente, foram abertos, nos anos 90 do passado século, assistimos a um espetáculo ímpar no que concerne ao desenvolvimento dos bivalves da Ria, não só em termos dos tamanhos das espécies, mas também da sua reconhecida qualidade. Como uma dádiva da natureza, a corrente de águas oceânicas da Barrinha, “despejava vida” na Ria, revitalizada e alimentada por novos nutrientes. Hoje, a Barrinha está assoreada, a água não corre ou corre pouco e vai matando, lentamente, a Ria Formosa. O ganha-pão de quem vive da maré está, mais do que nunca, profundamente ameaçado. Há muitas famílias a passar por graves dificuldades, até mesmo para satisfazer necessidades básicas como a alimentação diária, o pagamento da água, gás e eletricidade. Conhecedor dos canais e barras da Ria, na zona de Faro, lamento se esta posição me excomunga da modernidade ambiental, mas para que servem todas estas propostas se, diariamente, a Ria definha? Dragar a Barrinha e o canal da Ilha de Faro, não está previsto nos desadequados planos do Polis da Ria Formosa, mas deveria ser a prioridade das prioridades e não ficava mal a ninguém aprender com a trapalhada da Barra da Fuzeta, modificando o programa de dragagens, pois citando Einstein “insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar obter resultados diferentes”. Assim sendo, deixem-se de propaganda rançosa e salvem a Ria Formosa, pois a sombra da sua morte já esteve mais distante. Ordenem a rápida dragagem da Barra de São Luís, porque ainda vamos a tempo de salvar uma das joias da coroa do Sotavento do Algarve. Em Faro, parte dos dinheiros do Programa Polis, foram gastos em estudos e na aquisição de um terreno no Montenegro, para realojar os profissionais do mar, que resistem a abandonar a sua atual habitação na Ilha de Faro. Por esta altura, quem se interessar percebe que dragar é revigorar e irão ficar todos muito “mal na fotografia” se faltarem meios para as dragagens consideradas imprescindíveis. observatório do Algarve |
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domingo, 4 de março de 2012
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