E depois? Não é o que fazem todos?
E condena muito bem!
O que é admirável nesta notícia é a predisposição das autoridades para, escoradas numa alegada legalidade, acharem normal e aceitável que médicos, desde que a trabalhar no sector privado, se deixem subornar pelos laboratórios farmacêuticos, no sentido de darem preferência a este ou aquele medicamento, em detrimento de outros de igual qualidade, quando passarem as receitas.
Infelizmente, estas “autoridades” são apenas o reflexo da triste “flexibilidade” que a sociedade portuguesa tem para com a corrupção.
“Ai aceitou dinheiro? Fez muito bem! Não é o que fazem todos? Eu se pudesse, fazia o mesmo!”
“Deixou-se subornar a troco de umas férias e de uns presentes? Quero lá saber! Enquanto me tratar como deve ser...”
E, desgraçadamente, este tipo de desculpabilização, por vezes quase admiração pelos corruptos, vai subindo, subindo, subindo... até chegar às figuras do Estado, que acham normal enriquecer à custa do que fizeram (ou não fizeram) enquanto foram ministros, secretários de estado, autarcas...
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