Uma Ilha privada no mar das Caraíbas foi um dos locais onde o
economista "explorou sexualmente e abusou de dezenas de
menores".
Comprada por 7 milhões de euros em 1998, foi local de visita
de nomes como Bill Clinton ou Stephen Hawking.
Coberta por palmeiras e esculturas de papagaios, o edifício branco e azul na ilha de Little St. James era o paraíso privado do multimilionário Jeffrey Epstein nas Caraíbas. No entanto, para os habitantes das Ilhas Virgens Americanas, o local era apelidado de "Ilha dos Pedófilos" ou "Ilha das Orgias".
Epstein, economista bem-sucedido e amigo pessoal de Donald Trump, foi detido na passada semana por suspeitas de tráfico sexual de menores. De acordo com a justiça norte-americana, "explorou sexualmente e abusou de dezenas de menores nas suas casas em Manhattan, Nova Iorque e Palm Beach, na Florida" entre 2002 e 2005. Entre estes lugares estava também a ilha exclusiva rodeada pelo Mar das Caraíbas.
Durante anos, refere um antigo empregado do norte-americano à Bloomberg, Epstein acolhia grupos de mulheres que chegavam ao porto ao lado da sua casa através de um barco chamado "Lady Ghislaine", em referência a uma amiga, a socialite Ghislaine Maxwell.
Comprada por sete milhões de euros em 1998, Little Saint James tornou-se – pelo menos para Epstein – a ilha Little Saint Jeff. Depois de totalmente renovada, chegou a receber mais de 70 funcionários nos seus cerca de 75 hectares e podia ser arrendada pela módica quantia de quase 4,5 mil euros por noite.
Muitos dos funcionários assinam acordos de não-divulgação do que se passasse na ilha privada mas esta é conhecida entre os locais como a "Ilha dos Pedófilos", refere o New York Post.
Por ela passaram "políticos americanos proeminentes, dirigentes económicos influentes, chefes de Estados estrangeiros, um conhecido primeiro-ministro e outros líderes mundiais", referem documentos da acusação. Entre os visitantes esteve também Stephen Hawking, num grupo composto por físicos de partículas, cosmologistas e teóricos, incluindo três vencedores do prémio Nobel.
Um dos mais notórios visitantes de Little Saint James é o antigo presidente Bill Clinton. De acordo com o Independent, o marido de Hillary Clinton voou no jato privado de Epstein diversas vezes no período de tempo em que o economista é acusado de crimes, entre 2002 e 2005. Uma das vítimas que afirma ter sido recrutada por Epstein para um círculo de tráfico de sexo indicou em tribunal que avistou Clinton numa das visitas à ilha.
O multimilionário já tinha sido acusado de abusar de dezenas de raparigas menores e de tráfico sexual em 2008 e estava registado como um alegado agressor sexual. Nessa altura declarou-se como culpado de procurar menores para prostituição, com o fim de reduzir as acusações, através de um acordo que lhe permitiu evitar a prisão perpétua. Cumpriu apenas 13 meses de prisão numa ala privada da prisão de Palm Beach County.
Em fevereiro deste ano, o caso sofreu uma reviravolta depois de um juiz da Florida determinar que a Procuradoria violou a lei, ocultando o acordo, que afetou mais de 30 mulheres que denunciaram ter sofrido abuso sexual quando eram menores de idade.
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