O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), denunciam à imprensa vários problemas que ocorrem com os trabalhadores do Lidl.
Segundo o sindicato, esta empresa do grupo alemão SCHWARZ (que há alguns anos foi condenado na Alemanha a pagar multas de dezenas de milhões de euros por espionagem aos seus trabalhadores) continua, em Portugal, «a utilizar as mais variadas técnicas de pressão e repressão, chantagem e exploração dos seus trabalhadores».
Esta cadeia da grande distribuição impõe cargas horárias de 10, 12, 14 e 16 horas diárias de trabalho aos seus trabalhadores, «impedindo-os de usufruírem de descansos ou feriados».
«O Lidl deve milhares de euros aos seus trabalhadores porque, durante anos, calculou mal o valor do salário/hora»DIRECÇÃO DO CESP
O CESP denuncia que os trabalhadores que são contratados inicialmente para fazer 40 horas semanais, são pressionados para reduzir para 30 ou 28 horas semanais (com redução do salário), sendo depois obrigados a permanecer ao serviço para além do seu horário de trabalho, sem receber.
Outro dos problemas apontados refere-se aos dois dias de descanso semanal não serem respeitados, havendo trabalhadores a laborar mais de 11 dias consecutivos. As baixas médicas avolumam-se em resultado de acidentes de trabalho e de esgotamentos associados a cargas de trabalho excessivas e ao transporte de pesos elevados.
Um exame que despede ou baixa o salário
O sindicato revela ainda que o Lidl decidiu «examinar» chefes de loja, submetendo-os a um exame (do qual desconhecem os critérios) onde existem três resultados possíveis: ou passam e recebem um carro de serviço; ou não passam, mas ficam um ano para corrigir lacunas (zona amarela); ou não passam e são chamados ao Director de Zona onde é-lhes apresentada uma de duas soluções – ou pedem a demissão e recebem algum montante, ou pedem para descer de categoria e salário.
Há distritos inteiros em que, sem razão aparente, os resultados dos exames concluíram que todas as chefias de loja deveriam ser convidadas a sair ou a reduzir categoria profissional e o salário.
O CESP denuncia ainda que «o Lidl deve milhares de euros aos seus trabalhadores porque, durante anos, calculou mal o valor do salário/hora para efeito de pagamento do subsídio de domingo aos trabalhadores que trabalham nestes dias».
A estrutura sindical exige «o fim destas práticas inaceitáveis e a devida fiscalização destes atropelos que roubam a saúde aos trabalhadores e lesam a Segurança Social e o Fisco».
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