Corria o ano de 2003, era o primeiro-ministro essa figura tão querida do PSD de nome Durão e de alcunha “O Cherne”, quando foi notícia que tal criatura tinha passado oito dias de férias de luxo à conta de um amigo que tem uma ilha paradisíaca no Brasil. Lia-se na comunicação social que “Durão Barroso viajou para o Brasil no passado dia 26 com a mulher, Margarida Sousa Uva, e os seus três filhos, o Luís, de 19 anos, o Guilherme, de 15, e o Francisco, de 14, e um grupo de amigos, entre os quais, o seu primo João Luís Barroso, que tem uma casa em Angra dos Reis e que já foi membro do Governo Federal Brasileiro”. E nem sequer teve de se incomodar com a viagem, foi de avião particular mais os restantes membros da distinta família.
O mesmo cidadão exemplar da direita portuguesa, símbolo das suas virtudes, foi mais tarde notícia quando, já membro da Comissão Europeia, fez umas férias de luxo, um cruzeiro pago pelo banqueiro grego Spiro Latsis, desta vez na companhia da esposa. Não me recordo de alguma vez a direita ter pedido a demissão de tão viajada personagem. Da mesma forma que Marcelo disse que é bom ver "portugueses reconhecidos em lugar cimeiros", quando o Cherne foi para a Goldman, temos que admitir que ficamos todos cheios de orgulho de ver o dito em locais tão luxuosos.
A lista de penduras preencheria muitas páginas e no meio jornalístico são poucos os que não viajaram à conta de terceiros. Há algum tempo vários jornalistas foram ao Rock in Rio de Las Vegas por conta da EDP para dias depois saírem vários artigos muito elogiosos em relação
àquela empresa em jornais muito puritanos como o Expresso. A verdade é que o turismo à conta de terceiros é uma prática nacional.
Agora, muito de repente toda a gente parece desconhecer o país em que vivemos e vemos na comunicação social as putas velhas armadas em virgens puritanas.
jumento.blogspot.pt
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