A SIC veio a Tróia fazer um favor publicitário/noticioso ao seu anunciante Sonae, e, uma vez mais, consegue a proeza de fazer crer que Troia é uma coisa assim perdida no meio do mar, sem nada à volta, cheia de gente e de animação todo o ano, como se aquela malta passasse ali o tempo todo sem vir à cidade — vejam lá, existe uma grande cidade — que há na outra margem.
O mais caricato é ouvir o dono do restaurante El Cristo a dizer que vai buscar peixe onde o há melhor, mas, depois, não dizem onde, não vão os turistas fugir da península para onde há peixe, para onde há gente e vida, isto quando é público que o homem vem de Elvas há décadas a Setúbal, diariamente, comprar peixe.
Falam do aumento do número de turistas, mas, claro, não aprofundam a ideia.
Não dá jeito.
É preciso fazer crer que esse aumento se deve à Sonae ou coisa assim, quando é notório que esse aumento apenas se deve ao esforço promocional que os municípios da região, com especial destaque para Setúbal, têm feito nos últimos anos.
Talvez na SIC, o que seria deveras estranho (há por lá gente nada e criada em Setúbal), se pense também, como dizia Belmiro de Azevedo há uns anos, que Setúbal é a margem pobre e mal cheirosa do Sado…
Deve ter sido por isso que os empresários com interesses naquela banda do Sado terão ido pedir ajuda aos chineses para ficarem com a maioria do capital do Casino de Troia, chineses/macaenses que, logo que aqui chegaram, entenderam o que todos os setubalenses entenderam há décadas: Tróia só existe quando se liga a Setúbal e aos setubalenses.
Infelizmente, a miopia que esta gente traz do Porto parece não ter mesmo forma de ser atenuada…
pracadobocage.wordpress.com
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