Um dos equívocos em torno dos genéricos é a ideia de que são mais baratos porque têm menos efeito.
Há quem os considere uma espécie de remédios de segunda categoria, como evidencia a resposta citada na reportagem das páginas 12 e 13 desta edição do DN.
"Quando tenho dinheiro compro de marca e quando não tenho compro genéricos", diz uma das pessoas inquiridas. Não há de ser por falta de informações que esta ideia se mantém, uma vez que médicos e farmacêuticos explicam tudo isto vezes sem conta.
É uma desconfiança atávica num paralelo com as cópias piratas de relógios ou com os produtos brancos do supermercado. Só que no caso dos medicamentos há um controlo científico, e nada chega à farmácia sem o selo que garante a bioequivalência ao produto original, dado pela Agência Europeia do Medicamento ou pela agência nacional.
O preço é mais baixo porque expirou o prazo de exclusividade da patente, isto é, já passaram 20 ou mais anos desde que foi aprovado o produto da investigação de um laboratório e a fórmula entra no "domínio público".
É evidente a vantagem económica para os cidadãos, quer diretamente, no balcão da farmácia, quer indiretamente, com a poupança que o Estado consegue, atingindo valores muito significativos. Ainda assim, há que ter em conta que os nomes dos princípios ativos são complicados e muitas vezes parecidos uns com os outros.
Quando os compramos porque nos são receitados, temos a informação fresca e menos hipóteses de confusão. Mas quando encontramos em casa caixas com comprimidos que sobraram, porque não nos venderam apenas a quantidade necessária, por vezes não sabemos de que se trata.
A venda das quantidades exatas para evitar desperdício já é praticada em alguns países. Será, quem sabe, a próxima etapa. Mas por enquanto a meta é atingir os 60 % de genéricos nos medicamentos vendidos, ultrapassando os atuais 47%.
www.dn.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário