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quarta-feira, 1 de julho de 2015

“DECLARAÇÃO POLÍTICA” - Declaração política preparada para a Assembleia Municipal de Ourém de ontem e que (por circunstâncias locais…) ficou por fazer:

“DECLARAÇÃO POLÍTICA”

Declaração política preparada para a Assembleia Municipal de Ourém de ontem e que (por circunstâncias locais…) ficou por fazer:
DECLARAÇÃO POLÍTICA
(saudações protocolares)


Esta Assembleia Municipal realiza-se numa semana particularmente (e “gregamente”) agitada, na expectativa do referendo do próximo domingo.

A excitação é grande.

Por isso, sinto-me convocado para citações. Ao que não resisto, encadeando algumas que me saltaram da cabeça para os dedos. Sem consulta das fontes…

Miguel Torga disse que o universal é o local menos os muros e terá sido Einstein (mas não garanto…) que aconselhou a que se visse o mundo com um olho no microscópio e outro no telescópio; há já há 30 anos, como presidente do Grupo dos não-alinhados, Fidel Castro definiu a interdependência das nações como crescente e irreversível… mas assimétrica, isto é, umas nações mais interdependentes que outras.

E seria inevitável que, de excitação em excitação, e tratando-se de União Europeia e de moeda única, acabasse no presunçoso pecadilho de me citar. 

Não a partir do processo que há 20 anos acompanhei por dentro e me levou a escrever o Não à moeda única (de 1997), mas a anos antes, quando a Comunidade ainda era de 6 Estados-membros e o dólar ainda convertível.

Duas frases de umas reflexões sobre a moeda europeia, de há 44 anos, nuns cadernos PE/EP – Política Económica/Economia Política (que passavam pela Censura fascista…):


“Acontece, no entanto, que estas divergências verbais (…) no seio da CEE e no mundo capitalista, não impediram os governos desses países, em Fevereiro de 1971, de concordarem ser necessário o estabelecimento de uma moeda única. Esta orientação, moderna na sua tendência, pragmática na sua concepção, e muito limitada nos resultados actuais, merece, de qualquer modo, ser considerada.
Estabelecendo-se uma estreita relação entre moeda e poder político, a existência de uma moeda comum nos países capitalistas da Europa só pode ter como objectivo o desenvolvimento da pressão dos grupos monopolistas na economia e na força de trabalho dos respectivos países (…) A criação e o funcionamento de uma moeda europeia conduziria a um nível superior a contradição entre o capital e o trabalho (e, em primeiro lugar, o trabalho assalariado).”

44 anos depois, e com a força da experiência acumulada, diria o mesmo… embora de outra maneira. Mas a experiência histórica acumulada também leva a acrescentar – por último… por estar no limite do tempo – que, com avanços e recuos, com saltos enormes e quedas abruptas, nos séculos dos séculos é sempre o povo que, sujeito a todas as manobras de desinformação, a todas as manipulações e chantagens, acaba por decidir, por determinar o rumo da História. Assim será a 5 de Julho na Grécia e lá para Setembro por aqui.
Mas tenho de acabar, de pôr de lado o telescópio (de médio/curto alcance), e dedicar-me, convosco, ao nosso não menos útil e necessário microscópio, voltado para o local em que vivemos, cidadãos do nosso tempo e deste lugar, com exemplo e destaque para o caso da saúde, do que PS e PSD e CDS fizeram (e estão a fazer, à maneira de lenta certidão de óbito) ao Serviço Nacional de Saúde, dos hospitais do distrito, da situação no nosso concelho.


Via: anónimo séc. xxi http://ift.tt/1LHAqck

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