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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Fazê-los sair da toca do coelho

Fazê-los sair da toca do coelho

 (Carlos Reis, in Facebook, 29/07/2015)
Carlos Reis
   Carlos Reis
Não nos iludamos: para as filiais indígenas do PPE vulgo PAF esta crise destes últimos 5 anos não foi um problema. Foi uma oportunidade e foi uma benção. Muitos deles não virão nas listas dos candidatos da PAF a deputados mas estão nas outras listas que contam: nos lugares de influência e de poder. Há toda uma visão da sociedade e do país que deriva da visão projectada que eles têm sobre si mesmos: a aferição de tudo pelo valor facial do seu próprio sucesso. O sucesso de cada um medido pelo que podem exibir e com que se podem comparar.
Alguns deles, sem este poder, nunca poderiam ter passado férias em lugares exóticos nem poderiam ter entrado um dia nalgumas lojas da Avenida da Liberdade. Muitos deles não poderiam ter-se valorizado com mestrados ou seminários ou pós-graduações num mercado cada vez mais exigente e formativo. Muitos casamentos, muitos colégios, muitos jantares e frequências dos sítios onde todos se apinham, teriam sido impossíveis sem esta oportunidade de ouro destes anos. Para alguns a passagem pelos gabinetes ministeriais não foi apenas um ofício bem remunerado: foi um passaporte para mudar de vida.
Muitos deles não poderiam ter passado para a “privada” e daí poderem tecer o seu rancor à função pública. Muitos têm o mesmo perfil social: provêm das mesmas raízes familiares de pessoas esforçadas e trabalhadoras mas fora das elites tradicionais. Olhem por exemplo para o percurso e para a biografia um Marco António Costa: é uma história portuguesa. Mas é também uma história exemplar e simbólica dos rapazes desta geração do PSD. Mal ou bem entraram nas elites – conquistaram o seu lugar. E tudo farão para dele não saírem.
Não são os factos nem a realidade do país que os importunarão: são mais impressionados e reconfortados pela resistência e pela resiliência do Primeiro Ministro do que pela sua impopularidade. Se for necessário conformarão tudo a essa medida do heroísmo esculpido a golpes de artigos do Obervador, de comentários nas TVs, de guerra nos Blogs e nas Redes. Pedro é a sua pedra e o seu rochedo. Enquanto de Massamá ele continuar a aguentar por todos, eles terão a sua posição política (e social, que para eles é a mesma coisa) assegurada.
Enquanto houver um líder em Massamá eles nunca terão de regressar, por sua vez, às suas antigas casas de Massamá. Pedro aguenta lá e em São Bento e responde por todos. Pedro é que conta.
Por isso, para ganharem eles tudo farão, inclusive esconder-se. A maioria deles fará um combate de guerrilha e insidioso. Não haverá limites estes meses. Por isso, descobri-los e expo-los é pois parte legítima de um combate político. Por isso depois de analisar as listas de candidatos a deputados aqui nesta semana, irei nas semanas a seguir àquilo que mais interessa: fazê-los saltar da toca do coelho. Colocar os seus nomes aos factos. Dar-lhes um rosto para o nosso escrutínio.
Mas, primeiro, e a partir de hoje, as listas.

rcag1991.wordpress.com

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