Portas quer ir aos debates? Não se tivesse coligado…
Não se compreende que as televisões tenham proposto que Paulo Portas seja colocado ao nível de Passos Coelho, António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins nos debates eleitorais que estão a ser organizados na sequência da nova lei sobre a cobertura das campanhas eleitorais.
É que não apenas a lei refere que no período da campanha eleitoral os debates se realizam entre “candidaturas” e não entre partidos, como, ainda que a lei fosse omissa nessa matéria, parece óbvio que sendo Portas o número dois da candidatura da coligação “Portugal à Frente” não tem sentido que seja colocado ao mesmo nível dos “números uns” das outras candidaturas.
Razão têm António Costa e Jerónimo de Sousa ao recusarem participar em debates com Portas, e fez bem António Costa em propôr um outro nome do PS para um eventual debate com Portas. Com efeito, a coligação PSD-CDS não se apresenta como uma candidatura bicéfala, uma vez que quer Passos quer Portas assumem que é liderada por Passos.
Não se compreende o argumento das televisões, a crer no Expresso, para a inclusão de Portas nos debates entre os líderes das candidaturas: a “representatividade parlamentar do CDS e a relevância de Paulo Portas no governo”. Ora, nestas eleições, o programa eleitoral de Portas é o mesmo do de Passos e quanto à “relevância parlamentar do CDS”, ver-se-à após as eleições.
A proposta de inclusão de Portas nos debates não se estranha da parte do CDS mas representa uma incompreensível cedência das televisões e constituiria um favorecimento da coligação. Neste período de pré-campanha nada impede as televisões de entrevistarem os “números dois” de cada candidatura e aí não poderiam, se quisessem ser coerentes, excluir Heloísa Apolónia.
Decididamente, parece não existir uma solução que possa considerar-se boa para a cobertura das campanhas eleitorais.
vaievem.wordpress.com
Sem comentários:
Enviar um comentário