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quinta-feira, 30 de julho de 2015

CONHEÇA A HISTÓRIA ATRIBULADA DE DOIS PARES DE GÉMEOS

A inacreditável história dos gêmeos perdidos de Bogotá
Um erro em um hospital separou dois pares de gêmeos, que foram criados em meios diferentes, e tudo começou a ser esclarecido quando em meados de 2013, duas jovens, Janeth Páez e Laura Vega Garzón, foram até um açougue. Janeth sugeriu que fossem a esse em particular pois William, o primo de seu namorado trabalhava lá e poderia fazer um desconto. Quando Laura entrou no local se surpreendeu ao ver alguém conhecido. Atrás do balcão estava um colega de trabalho e ela levantou a mão saudando-o, mas ele simplesmente continuou o que estava fazendo sem dar nenhuma atenção.

A inacreditável história dos gêmeos perdidos de Bogotá
- "Este é o Jorge! Trabalha comigo no escritório", disse Laura a Janeth.

- "Não, você está enganada, esse aí é o William que eu falei", contestou a amiga;

Alguns segundos depois, William saiu rapidamente para cumprimentar Janeth, que lhe apresentou a Laura como William. Ela não entendeu nada:

- "Por que Jorge estava se fazendo passar por outra pessoa? Se sentiria, talvez, envergonhado deste outro trabalho?", pensou Laura com seus botões. Lógico, era mais fácil achar que Jorge estava se passando por alguém do que assumir que existiam duas pessoas tão parecidas.

No outro dia Laura comentou o incidente a seu colega de trabalho, mas este reagiu despreocupado, comentando que ele tinha um irmão gémeo, Carlos, mas que não se pareciam em nada.

Um mês depois, Laura disse para Janeth que tinha uma vaga de assistente disponível na empresa e ela acabou indo trabalhar lá. Pouco depois, quando viu Jorge pela primeira vez imediatamente entendeu a confusão de Laura no açougue. Mas a coisa ficou por ai.

Alguns meses depois, Laura, sem se conformar com toda aquela semelhança, decidiu mostrar ao Jorge uma foto de William, o açougueiro.

- " Esse sou eu!", vociferou o rapaz assustado, olhando fixamente a imagem. Tudo se tornou ainda mais confuso para ele quando descobriu que William também tinha um irmão gémeo. E mais: era idêntico a seu irmão gémeo, Carlos, mas chamava-se Wilber.
A inacreditável história dos gêmeos perdidos de Bogotá
Naquele dia, impaciente e meio atordoado, Jorge decidiu comentar a história com seu irmão:

- "Que diria se eu dissesse que temos gémeos idênticos ai fora?" Carlos não entendeu nada e então Jorge fez com que o irmão se sentasse em frente ao computador do seu quarto e começou a mostrar fotos de William e Wilber no Facebook. Incrédulo, Carlos reagiu por um instante com violência:

- "Quem são esses porras ai?", ele estava furioso.

- "Talvez tenha acontecido algum tipo de confusão no hospital, uma enfermeira pode ter trocado um bebê de um dos pares de gémeos idênticos com outro bebê do outro par de gémeos idênticos", disse Jorge sem se aprofundar no que isso implicava: que ele ou Carlos tinham outra mãe; que provavelmente não eram gémeos e nem sequer tinham uma relação sanguínea.

Quando William contou sua descoberta a Wilber, este reagiu muito melhor do que Carlos:

- "Quer dizer que fomos trocados? Veja só mano", disse Wiber dando de ombros e continuando o que estava fazendo, sem se afectar pela importância que William parecia querer dar ao tema:

- "Não estou nem ai para quem são esses caras. Você é meu irmão, e assim será até que eu morra".

Ainda que o primeiro instinto dos irmãos foi estacionar o tema e deixar a coisa toda correr, a curiosidade foi crescendo, até que sem poder resistir, quiseram saber se todos tinham nascido no mesmo lugar.

Os irmãos Jorge e Carlos Bernal Castro nasceram no Hospital Materno Infantil de Bogotá. Por sua vez, os irmãos William e Wilber Canas Velazco nasceram no município de Vélez, em Santander.

Por que a troca então? Parece algo retirado de uma novela mexicana, mas efectivamente William foi levado ao Hospital de Bogotá pouco depois de nascer, devido a seu baixo peso. Nesse momento, durante a estadia dos 3 bebés no hospital de Bogotá, alguém cometeu o erro de mudá-los de berço, selando assim o destino destes irmãos para sempre.
A inacreditável história dos gêmeos perdidos de Bogotá
Auxiliados pelas amigas Laura e Janeth, os irmãos decidiram se encontrar pela primeira vez. A reunião foi incómoda no começo, mas o ar pesado logo se dissipou, enquanto comprovavam, surpresos, que tinham o mesmo riso, a voz e os mesmos gestos.

Os quatro ficaram olhando-se entre si, analisando e descobrindo que qualidades essenciais compartilhavam os gémeos idênticos. Quem eram os chorões da família? Carlos e Wilber! Os bons mocinhos? Jorge e William! Os mais organizados? Carlos e Wilber! Os "comedores"? Carlos e Wilber! E os mais fortes? Jorge e William!

E apesar do espírito lúdico, o que mais destacou em todos foi um profundo sentimento de perda: o tempo perdido com os pais e os irmãos, as oportunidades que escaparam, nos anos perdidos, os mitos da concepção e sobretudo a "travada" de William quando soube que a mãe biológica morrera de câncer há 3 anos. Mas Jorge estava decidido a fazer todo o possível para manter ditos sentimentos à margem e destacou que:

- "Temos que ver o que isso nos trouxe de bom: tenho mais dois irmãos, nossas famílias aumentaram", quando alguém no recinto gritou:

- "Time favorito?". E os quatro em uníssono responderam:

- "Atlético Nacional!"

Devido a dificuldade que é encontrar gêmeos idênticos que não cresceram juntos, os pesquisadores de gémeos que estudam a epi-genética encontraram neste caso todo um mar de possibilidade: tratam de elucidar o que, em nós, está sujeito a mudança, e mais especificamente, que mecanismos fazem com que dita mudança aconteça. Uma parte importante do que somos é influenciada pelo DNA, e outra parte pelo meio no qual crescemos. Para Segal, uma das psicólogas que estudou a fundo o caso, foi surpreendente chegar à conclusão de que os gêmeos idênticos são menos parecidos do que tinha antecipado em princípio.

- "Acabei por ter um grande respeito pelo efeito que um meio extremamente diferente pode proporcionar às pessoas", expressou.

Carlos e Jorge Bernal Castro cresceram em Bogotá. Ainda que sua mãe era pobre e trabalhava fazendo serviços de limpeza nas casas dos vizinhos, conseguiram ir à escola e terminaram seus estudos como administrador e engenheiro, respectivamente.
A inacreditável história dos gêmeos perdidos de Bogotá
Wilber e William Canas Velasco cresceram em uma comunidade rural, sua família trabalhava no campo. Apesar de que Willian fosse brilhante no colégio, os pais não podiam enviar os filhos para estudar em Bogotá, de modo que aos 12 anos abandonaram as escola. Depois de trabalhar no campo, conseguiram aprender o oficio de açougueiro, área em que trabalham até hoje.

A infância e a família nos tornam quem somos, mas ignorar um irmão gémeo é impossível, e uma vez que você sabe de sua existência, mesmo de forma tardia, o vínculo que se forma é por toda a vida.

Os irmãos trilharam um espinhoso caminho em que tiveram que superar diferenças culturais e sociais, ciúmes entre irmãos e sobretudo o medo de perder a sua identidade e a relação que lhes unia com seus gémeos "falsos". No entanto, um ano após, os rapazes decidiram formar laços profundos de amizade e fraternidade, cada vez se conhecem mais, misturaram as famílias e cooperam mutuamente em tudo o que é possível.

Não está sendo fácil, porém, e eles recebem todo o apoio psicológico que necessitam, mas hoje suas relações avançam, se sentem afortunados e gostam de pensar que os 4 juntos são bem mais fortes.


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