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quarta-feira, 1 de julho de 2015

BARRIGA DE ALUGUER ! - Administrador do Grupo Lena admite que serviu de intermediário em transferências de dinheiro para Sócrates

Administrador do Grupo Lena admite que serviu de intermediário em transferências de dinheiro para Sócrates

Cerca de 12 milhões de euros foram parar à conta de Carlos Santos Silva, mas o amigo de Sócrates não explica como nem porquê. Agora Joaquim Barroca admite ter estado envolvido nas operações bancárias.
O ex-primeiro-ministro nega todas as acusações
Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena indiciado por corrupção ativa, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada no âmbito da Operação Marquês, terá admitido ao Ministério Público que serviu de intermediário entre Hélder Bataglia e Carlos Santos Silva para que cerca de 12 milhões de euros chegassem às mãos de José Sócrates.
notícia é do Correio da Manhã, que escreve igualmente que Barroca também admitiu ter sido beneficiado em contratos públicos quando Sócrates era primeiro-ministro. Estas duas informações, que o administrador do grupo de construção sediado em Leiria deu ao procurador Rosário Teixeira e ao juiz Carlos Alexandre, contrariam a versão que José Sócrates tem divulgado. O ex-primeiro-ministro alega que apenas recebeu empréstimos do amigo Santos Silva e que não se deixou corromper.
Já Santos Silva recebeu cerca de 12 milhões de euros de Hélder Bataglia, mas recusa-se a explicar porquê. Bataglia, presidente de uma empresa ligada ao Grupo Espírito Santo (a ESCOM), é também um dos responsáveis pelo empreendimento turístico de Vale do Lobo, no Algarve, onde as autoridades fizeram buscas em maio.
O Ministério Público acredita que os 12 milhões recebidos pelo amigo de Sócrates tinham como destino final a conta do ex-primeiro-ministro, de modo a pagar a colaboração dada pelo governante ao empreendimento de Vale do Lobo.
Joaquim Barroca foi detido em abril e encontra-se atualmente em prisão domiciliária, à semelhança de vários outros arguidos da Operação Marquês. Administrador do Grupo Lena, recorreu a Sócrates para que o ex-primeiro-ministro lhe abrisse portas a negócios em Angola e, segundo o Ministério Público, terá feito transferências das contas pessoais para contas de Carlos Santos Silva no BES. Depois, através de alguns esquemas, o dinheiro chegava a Sócrates, ainda segundo o Ministério Público.
O Correio da Manhã escreve que “a colaboração de Barroca foi a primeira participação considerada relevante no processo ‘Marquês'”, sendo as suas declarações “consideradas muito importantes para a acusação”. Terão de resto sido determinantes para lhe ter sido aplicada, pelo juiz Carlos Alexandre e como medida de coação, a prisão domiciliária.

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