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quarta-feira, 11 de junho de 2014

RIO - A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, e outras nove pessoas foram encaminhadas por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte do Rio.

Sininho é levada a delegacia para prestar esclarecimentos sobre violência em protestos

Outras nove pessoas também vão depor sobre atos de violência durante protestos

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Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, que foi levada para prestar esclarecimentos na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) Foto: Simone Marinho - 09/02/2014 / Agência O Globo
Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, que foi levada para prestar esclarecimentos na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) - Simone Marinho - 09/02/2014 / Agência O Globo

RIO - A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, e outras nove pessoas foram encaminhadas por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte do Rio. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), eles prestaram esclarecimentos à polícia sobre atos de violência durante protestos, mas ninguém ficou preso. Após o depoimento, Sininho deixou a delegacia sem falar com a imprensa e ao lado de uma advogada. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça nas casas de investigados.
Sininho já tinha sido convidada a depor na tarde desta quarta-feira em uma audiência da Auditoria da Justiça Militar, que apura a denúncia contra dois policiais militares que teriam forjado um flagrante contra um jovem durante manifestação nas ruas do Centro do Rio no ano passado. O major Fábio Pinto Gonçalves e o primeiro tenente Bruno César Andrade Ferreira respondem por constrangimento ilegal. Os dois já foram ouvidos em audiência anterior.
Fontes da Polícia Civil dizem ainda que Elisa está sendo investigada pela compra irregular de fogos de artifício. Em fevereiro, o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, morreu após ser atingido por rojão, enquanto cobria uma manifestação na Central do Brasil.
CONHECIDA APÓS MANIFESTAÇÕES
Desconhecida antes das manifestações do ano passado, Elisa Quadros Pinto Sanzi, de 28 anos, é natural de Porto Alegre. Ela estudou cinema na Universidade Estácio de Sá, onde entrou em 2006, e trabalhou durante pelo menos dois anos numa produtora de vídeo.
Manifestando-se ao lado dos violentos Black Blocs, Sininho costumava assumir o papel de mediadora, pedindo calma e tentado conter as depredações do grupo. Com o acirramento dos ânimos, o perfil conciliador foi ficando para trás. Dizendo-se ameaçada por “milicianos”, ela deu um depoimento nas redes sociais, onde contou que, “por medo”, deixou os protestos na Câmara e viajou.
Em outubro do ano passado, Sininho foi presa junto com outras 84 pessoas pela Polícia Militar nas escadarias da Câmara e acabou detida em uma das casas de custódia de Bangu. Na época, ela afirmou não trabalhar e apresentou dois endereços: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A polícia descobriu ainda que ela tem dois números de carteira de identidade. Ao deixar a prisão, gravou um outro vídeo junto com o namorado: “Fui presa arbitrariamente, meu processo foi arquivado, mas eu ainda estou sendo investigada”. Em dezembro, angariou fundos e foi até o Espírito Santo para prestar solidariedade às vítimas das enchentes.
Em janeiro, a ativista voltou a ser detida e levada à 5ª DP (Gomes Freire), sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante uma discussão na Lapa. Ela foi autuada por desacato. No mês seguinte, esteve na 17ª DP (São Cristóvão) para prestar solidariedade a Fábio Raposo, preso pela explosão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes.
Sininho teve que prestar novo depoimento depois de ser acusada pelo advogado de Fábio, Jonas Nunes, de ter afirmado que o deputado Marcelo Freixo (PSOL) estava ligado aos dois jovens que acionaram o rojão que atingiu e matou o cinegrafista. Ao deixar a delegacia, foi hostilizada por populares que a chamaram de “patricinha hipócrita”.


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