Obama pede financiamento para armar rebeldes sírios moderados
Em nome da "estabilização" da situação no Médio Oriente, o Presidente Barack Obama solicitou na quinta-feira ao congresso norte-americano um fundo de 500 milhões de euros (367 milhões de euros) para apoiar os rebeldes sírios moderados e mil milhões de dólares (734 milhões de euros) para ajudar países vizinhos - Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque - a lidarem com as consequências da radicalização da guerra civil na Síria.
A decisão do Presidente dos EUA no sentido de uma maior intervenção no conflito - com o pedido de um fundo para "treinar e apoiar" rebeldes sírios moderados - surge numa altura em que a guerra civil na Síria parece estar a contribuir para o crescimento de grupos jihadistas na região, entre os quais o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que tem alargado o seu controlo em algumas partes do Iraque no último mês.
Entre os rebeldes a combaterem na Síria, encontram-se ainda as milícias da Frente Nusra, próximas da Al-Qaeda, ou o Supremo Comando Militar, tido como mais moderado.
O pedido de financiamento para aumentar a intervenção norte-americana na região é encarado pelos opositores a Obama nos Estados Unidos como um sinal do falhanço da sua política externa.
A "inépcia e inação da administração Obama"
"As consequências da inépcia e inação da administração Obama em articular e implementar uma estratégia coerente é agora dolorosamente óbvia ao longo do Médio Oriente, especialmente no Iraque, ameaçando agora parceiros dos Estados Unidos como a Jordânia", afirma o senador republicano Marco Rubio.
Por seu turno, o democrata Eliot Engel considera que "não é demasiado tarde para ajudar a oposição moderada. Não é demasiado tarde para ajudar os sírios a construírem o futuro que eles merecem".
Até aqui, Obama mostrou-se reticente em assumir o apoio bélico à oposição síria. Oficialmente o apoio norte-americano foi limitado aos 287 mil dólares (211 mil euros) concedidos aos rebeldes, logo no início do conflito em março de 2011, em material não letal. A CIA participou contudo num treino secreto de rebeldes moderados na Jordânia.
A ausência de apoios bélicos era justificada com os receios de que o armamento pudesse vir parar em mãos de radicais, mas a administração norte-americana argumenta que nos últimos meses ficou mais confiante de conseguir distinguir os rebeldes mais moderados dos mais radicais entre as forças a combaterem o regime do Presidente Bashar Al-Assad na Síria.
Na quinta-feira foi também formalizado o pedido ao congresso de mil milhões de dólares (734 milhões de euros) para fortalecer a posição militar norte-americana na Europa central de leste face à situação na Ucrânia, no âmbito de um plano já anteriormente anunciado.
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