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segunda-feira, 23 de junho de 2014

HERÓIS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Alexander Matrosov, o “escudo”:

Alexander Matrosov
Este rapaz da foto ao lado foi um herói, mas se eu contar o que ele fez e você falar “esse cara foi maluco, doido varrido!” eu não irei recriminá-lo.
Matrosov era um soldado de infantaria soviético que durante a batalha pela vila de Chernushki, em 1943, resolveu pular na frente de uma metralhadora alemã, bloqueando-a e auxiliando no avanço de sua unidade.
Depois de morto – você achava que ele ia sair vivo dessa? – Matrosov foi condecorado com a medalha de Herói da URSS. Tudo bem, foi um ato heróico e, apesar de aceitarmos e até mesmo entendermos o sacrifício do soldado naquela situação, saibam o seguinte: existem relatos de aproximadamente 300 outros soldados soviéticos que fizeram O MESMO que Matrosov fez. Todos os atos heróicos desta espécie – inclusive o de Matrosov – foram contestados, mas a propaganda da antiga URSS aproveitou para usar estes atos de heroísmo para elevar o moral de suas tropas.
Verdade ou não, só as pessoas que presenciaram o ato podem confirmar, e talvez nem estejam mais vivas para isto. Mas este próximo herói da URSS é real… ou pelo menos continuou vivo por um bom tempo para contar sua história.

Vassili Zaitsev, o “caçador”:

Cartaz soviético usando a imagem de Zaitzev
Retratada no filme “Círculo de Fogo” (2001), a trajetória do atirador russo da 284ª Divisão de Fuzileiros que lutou em Stalingrado foi, por vezes, inflada pela propaganda soviética. Mas é impossível negar sua habilidade como franco-atirador.
Zaitzev não usava exatamente um rifle de precisão, mas fixava uma mira telescópica em uma espingarda Mosin-Nagant modelo M91-30 que, convenhamos, tinha umcoice considerável, o que prejudicava um pouco a precisão do disparo.
Mesmo com uma arma não tão perfeita para um franco-atirador, Zaitzev entrou para a história por ser o responsável por abater 225 alemães em Stalingrado – algumas fontes indicam números um pouco maiores -, ajudar a levantar a moral os soldados que lutavam naquele verdadeiro inferno em que se tornou uma das batalhas mais importantes da Segunda Guerra e ainda ensinou alguns deles a atirar, pois quando criança, Zaitzev teria aprendido a atirar com o avô e o pai aos pés dos Montes Urais.
O russo terminou a guerra com 468 inimigos abatidos. Se existe alguém que foi bem sucedido na tarefa de matar nazistas na Segunda Guerra, este alguém foi Vassili Zaitzev, que morreu em 1991, aos 76 anos.

Os irmãos Bielski e os “judeus da floresta”:

Os Judeus da Floresta: mais do que uma simples família...
Em 1941, meses após o início da Operação Barbarossa os irmãos Tuvia, Asael e Zus Bielski escaparam por um triz de um ataque nazista que matou o restante de sua família em Novogrudek, região da antiga URSS que hoje é a Bielorrússia. Os três fugiram para a floresta próxima e organizaram uma aldeia, onde começaram a receber outros judeus que, assim como eles, também estavam sofrendo perseguição dos nazistas.
Os “judeus da floresta”, ou “bielski partisans”, como ficou conhecido este grupo de refugiados, salvou ao todo umas 1200 pessoas e organizou uma boa resistência contra os alemães, lutando ao lado dos soldados soviéticos.
A história dos irmãos Bielski também foi retratada em um filme, chamado “Um ato de liberdade”, estrelado pelo atual 007, Daniel Craig.

Alan Turing, o “decifrador de enigmas”:

Matemático, criptoanalista e, por que não, cientista da computação. O que um britânico com este currículo poderia fazer no meio de uma guerra numa época que a tecnologia ainda dava pouquíssimas cartas em um campo de batalha?
Uma parte do Colossus. Pequenino, não é?
Turing trabalhou em um método de decifrar os códigos enviados pela famosa máquina alemã conhecida como “Enigma”. Antes do trabalho de Turing, os britânicos estavam com medo até de lavar os pés nas águas do Canal da Mancha, tamanha a presença de submarinos alemães na região. A Enigma conseguia transformar um simples “bom dia” entre dois generais nazistas em uma mensagem indecifrável, a não ser que você tivesse outra Enigma para decodificar a mensagem. E os britânicos não tinham qualquer máquina que fizesse este serviço.
Após o trabalho de Turing, todas as mensagens alemãs codificadas interceptadas pelos britânicos eram inseridas no Colossus, o computador projetado sob as orientações do matemático e eram facilmente decifradas. Assim, os britânicos passaram a antecipar os ataques nazistas e o elemento-surpresa alemão foi por água abaixo, literalmente.
Turing não pegou em armas, mas salvou milhares de vidas com sua invenção.

As “águias” da R.A.F.:

Winston Churchill foi, sem dúvida, um grande estadista. Manteve a moral dos seus conterrâneos mesmo sob pesado ataque aéreo alemão e soube valorizar cada soldado que lutou contra a Alemanha nazista. Mas sua frase sobre os aviadores da Royal Air Force (R.A.F.) certamente define o que foi a Batalha pela Inglaterra:
Nunca tantos deveram tanto a tão poucos.
A estratégia alemã para invadir a Inglaterra era simples: destruir a força aérea britânica, que já era inferior em número com relação à Luftwaffe para depois invadir a ilha por terra, após atravessar o Canal da Mancha, que na época estava tomado por submarinos alemães. Simples, só que esqueceram de avisar aos aviadores da R.A.F. que eles deveriam morrer em batalha, deixando o céu livre.
Para vocês terem idéia da dedicação dos britânicos em defender seu espaço aéreo, em algumas ocasiões os aviadores abatidos que conseguiam ejetar do avião, usar o paraquedas e cair em terra firme corriam ou davam um jeito de chegar o mais rápido possível no campo de decolagem mais próximo, subiam em outro avião e rapidamente levantavam vôo para continuar lutando contra a Luftwaffe.
Na época houve um grande esforço de guerra de toda a população da Inglaterra, que aceitou o racionamento de alimentos e energia elétrica, entre outros… mas tudo seria em vão se os pilotos da R.A.F. não tivessem lutado bravamente contra os nazistas.

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