Jerónimo fala de corte de 4,7 mil milhões de euros como "operação kamikaze"
O secretário-geral do PCP classificou, esta sexta-feira, como uma "operação kamikaze" o corte de 4,7 mil milhões de euros na despesa acordado com a 'troika', questionando o primeiro-ministro sobre quem serão as vítimas desse corte.
foto GUSTAVO BOM / GLOBAL IMAGENS |
Jerónimo de Sousa desafiou o primeiro-ministro a explicar quais são os objetivos do executivo |
"Diga senhor primeiro-ministro, esses 4 mil e 700 milhões que os senhores pretendem vão ser sacados a quem? Os senhores definiram o montante, os senhores e o FMI já decidiram as vítimas, mas pode haver ainda dúvidas quanto à forma de aplicação", afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento.
Referindo-se ao corte de 4,7 mil milhões de euros como uma "operação kamikaze", Jerónimo de Sousa desafiou depois o primeiro-ministro a explicar quais são os objetivos do executivo.
"Vem aqui encher a boca de reformas estruturais, seria bom que explicasse e explicitasse aos portugueses quais são os vossos objetivos, qual o conteúdo disso que chama de reformas estruturais", disse.
Na resposta, o primeiro-ministro voltou a garantir que "não existe nenhum corte adicional de 4,7 mil milhões de euros para 2014", pedindo a Jerónimo de Sousa para não insistir "nessa interpretação errónea".
"O que está nesse valor do quadro do Fundo Monetário Internacional já foi explicitado pelo próprio Fundo Monetário Internacional, era aquilo que estava inicialmente previsto mais o que foi comprometido até 2015, na parcela de 2014. Não há nenhum corte adicional de 4,7 mil milhões de euros, haverá um corte adicional face aquilo que estava inicialmente previsto de 4 mil milhões de euros até 2015, não houve nenhuma alteração", sustentou Pedro Passos Coelho.
Na réplica, o secretário-geral do PCP assegurou a Passos Coelho que não irá esquecer aquilo que disse esta manhã, ou seja, que os cortes não serão feitos "à custa de salários, de reformas e pensões".
"Fica o registo. Aquilo que se diz no parlamento tem que ter fundamento, tem que ser verdade", sublinhou.
Caso contrário, acrescentou, "é a própria democracia que fica em causa com a falta de honestidade intelectual".
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