William Kamkwamba: O menino que dominou os ventos

William Kamkwamba, nasceu em Dowa, no Malauí. Cresceu na fazenda de sua família em Masitala Village, Wimbe, ao lado de suas seis irmãs e de seus pais. Quando era criança, como a maioria das crianças daquele país, William era um pobre camponês e trabalhava na lavoura de milho de sua família. Em 2001, o Malauí passou por uma seca terrível, causando fome em todas as partes do país. Ninguém conseguia plantar o suficiente para comer e a fome causou a morte de mais de 10 mil malauianos. A família de William conseguia fazer apenas uma refeição por dia, à noite, e por causa dessa situação, seus pais não conseguiam continuar pagando sua escola que custava 80 dólares por ano. Por causa da fome, William foi obrigado a sair da escola.

No Malawi, no segundo dia de aulas, você tem que pagar a matrícula. William Kamkwamba foi no primeiro dia, e estava muito feliz, mas sabia que não teria condição de continuar. Olhou para seu pai, olhou para aqueles campos secos e percebeu que aquele era um futuro que ele não podia aceitar. Estava determinado a fazer qualquer coisa para poder aprender e mudar seu destino. Então ele foi para uma biblioteca perto de sua casa e começou a estudar por conta própria. Ele começou a ler livros de ciências, em particular de física, e como não sabia ler em inglês muito bem, usava os diagramas e figuras para aprender as palavras dos livros. William, definitivamente, mudou sua vida.

No livro, “Explaining Physics”, entendeu como funcionavam motores e geradores. No livro “Using energy”, tinha uma foto de um moinho de vento na capa. Dizia que moinhos poderiam bombear água e gerar eletricidade. Se conseguisse construir um moinho, seu pai poderia irrigar a plantação, aumentar a colheita e eles nunca mais passariam fome! Mesmo com conhecimento limitado e com apenas 14 anos de idade, William decidiu construir um moinho. Foi a um ferro-velho e encontrou os materiais que precisava. Com um ventilador de trator, um amortecedor, tubos de PVC e um quadro e um dínamo de bicicleta, ele construiu sua grande obra.

Casa da família de William Kamkwamba e seu primeiro moinho de vento.

Após dois meses de trabalho duro, William conseguiu gerar 12 volts e acender uma lâmpada. Mais tarde, achou uma bateria de carro na estrada. Deu uma carga nela e conseguiu energia para manter ligados quatro lâmpadas e dois rádios. Quando os vizinhos souberam da novidade, começaram a fazer fila na frente de sua casa para carregar seus celulares. Algumas lojas que tinham eletricidade cobravam para carregar celulares, mas William, com sua generosidade, carregava todos de graça. Mais tarde, outro moinho foi construído com capacidade suficiente para bombear água limpa de poços artesianos e irrigar a plantação das famílias.

Água limpa, bombeada pelo moinho de vento de William Kamkwamba após as modificações.

Quando sua história se espalhou, algumas pessoas se aproximaram e ofereceram ajuda para que ele pudesse voltar à escola. Durante o verão de 2008 ele estudou inglês na Regents Language Institute em Cambridge, Reino Unido. Após concluir, em 2010, a graduação na African Leadership Academy, uma escola que pretende treinar a próxima geração de líderes do continente africano, matriculou-se na Universidade de Dortmouth nos Estados Unidos, onde está atualmente estudando. Entre outros feitos, a história de William já foi roteiro de um documentário como também estampou a capa do The Wall Street Journal em 8 de dezembro de 2007.

William fez a diferença, não apenas para sua vida, mas para o futuro toda a sua comunidade.

A atitude pode transformar nossos destinos. Com sua história inspiradora, William nos mostra que aqueles que lutam por seus sonhos sempre alcançam. Se existe 1% de possibilidade, agarre-se a ela e siga em frente. A atitude e força de vontade é a diferença entre o sucesso e o fracasso.

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