Começo por vos pedir desculpas por partilhar convosco os vídeos de um candidato de plástico que surge nas margens do Sado como se fosse novidade, como se não representasse o passado de Setúbal, mas essa partilha é fundamental para se compreender a espécie em apreciação.
Porta-voz nacional do PS, pessoa da confiança de Seguro, dirigente da esquerda moderna que responde perante os principais fórum do poder, o candidato à Câmara Municipal de Setúbal surge, perante os setubalenses, com palavrinhas mansas e voz doce a dizer que não se candidata contra ninguém.
Depois, entre amigos, na Convenção Nacional Autárquica do PS, o candidato diz ao que vem, qual o ódio que o move, que interesses vem defender.
Setúbal pouco interessa, até porque de Setúbal, do concelho e da região, pouco ou nada sabe, mas Setúbal conhece bem o PS, aquele que se coligou com o PSD nos tempos do Mata Cáceres e agora na oposição à CDU, aquele PS que esteve na Câmara e a conduziu à bancarrota, aquele que esteve em sucessivos Governos (sozinho ou coligado com o PSD ou com o CDS) e o conduziu à bancarrota.
O candidato mente, é aldrabão e demagogo, mas nada disso interessa, está a cumprir com o que lhe foi pedido e, por isso, será recompensado num qualquer bom lugar longe de Setúbal.
Aqui está o PS, a esquerda moderna, entre sorrisos e aplausos a revelar a sua origem e objectivos, o combate ao PCP, o anti-comunismo como sentimento básico que une o Partido que se diz Socialista.

Praça do Bocage