Nuno Crato: "Há muitos professores que não querem aderir à greve
Questionado por que motivo o Ministério não aceitou a solução proposta pelo Tribunal Arbitral, que sugeriu o adiamento do exame para o dia 20, Nuno Crato respondeu que "era uma solução extremamente difícil, já há outros exames marcados para esse dia”. De resto, considerou, dos sindicatos em geral não houve abertura nenhuma e "a calendarização dos exames é muito apertada”.
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Como é que ele sabe? Fez algum inquérito secreto a todos os professores do país? Recebeu cartas de professores a reafirmar-lhe total lealdade? Contou o número de participantes na grandiosa manifestação de professores, do último Sábado, e subtraiu aquele número ao número total de professores em funções, deduzindo, a seguir, cientificamente, que os que não estiveram presentes seriam contra a greve, não lhe passando pela cabeça, nesta complicada conta de subtrair, que muitos professores, não puderam participar, devido à distância dos seus locais de trabalho em relação à capital?
O que se passou à volta da convocação desta greve lançou muita perplexidade junto dos portugueses, que temem uma escalada agressiva de um governo em desespero contra o direito à greve, da qual nenhum trabalhador prescinde, já que constitui a última arma legal de que dispõe para combater as tentativas usurpadoras do Estado e do patronato.
Na sua estratégia, o ministro tentou desacreditar os professores junto da opinião pública, invocando os eventuais prejuízos provocados aos alunos, se os exames não se realizassem nas datas previstas. Ao manter-se irredutível em não adiar a data dos exames, o que era materialmente possível, é o ministro que está objetivamente a prejudicar os alunos.
A greve dos professores tem de ser um êxito, pois, caso contrário, eles perderão tudo o que estão a defender.
Alpendre da lua
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