Começa esta segunda-feira o julgamento de Beate Zschaepe, de 38 anos, acusada do homicídio de oito turcos, um grego e de uma agente da polícia, para além de pelo menos dois atentados à bomba e de 15 assaltos a bancos.
À porta do tribunal, em Munique, centenas de polícias tentam assegurar a segurança de um julgamento marcado por ideais xenófobos num país que não esquece o legado do Holocausto.
Num cartaz empunhado pelos vários manifestantes que se encontram no local, lê-se: «Filha de Hitler, vais pagar pelos teus crimes».
Beate Zschaepe é a única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista, que durante cerca de uma década protagonizou uma série de crimes anti-imigrantes com os quais a polícia alemã não estava preparada para lidar.
Como tudo começou
Na Alemanha pós-queda do Muro de Berlim, três jovens conheceram-se em Jena, uma região muito afetada pelo período conturbado da história da Europa Central, numa fase onde crescia um sentimento anti-imigrantes.
Beate Zschaepe, Uwe Mundlos e Uwe Boenhardt organizaram uma campanha neo-nazi sobretudo contra turcos, cuja comunidade é de cerca de três milhões na Alemanha.
Durante uma década, a polícia não percebeu que os dez homicídios estavam ligados. As autoridades culparam a «máfia turca», atribuíndo as mortes aos gangues de imigrantes. Se o fizeram por incompetência ou por racismo, é uma resposta que este julgamento também procura.
Só em novembro de 2011, quando Uwe Mundlos e Uwe Boenhardt se suicidaram após um assalto que correu mal, é que a polícia conseguiu ligar as armas dos dois suspeitos aos outros crimes.
Quatro dias depois, Beate Zschaepe entregou-se à polícia. Agora nega as acusações mas enfrenta a prisão perpétua. Também outros quatro homens, que terão ajudado o grupo Clandestinidade Nacional-Socialista, começam a ser julgados esta segunda-feira.
Mais do que uma condenação
O que os alemães esperam deste julgamento não é apenas a condenação de Beate Zschaepe, mas o encerramento de um capítulo marcado pela desvalorização dos grupos de extrema-direita.
Vários responsáveis dos serviços de segurança demitiram-se na sequência deste caso e o parlamento concluiu que as instituições não têm ainda capacidade para lidar com extremistas neo-nazis.
As autoridades optaram por culpar as vítimas em vez de enfrentarem um problema que não desapareceu da Alemanha democrática.
A chanceler Angela Merkel já pediu desculpa às vítimas e às famílias, mas continua a ser difícil ouvir algum responsável falar em crimes de natureza racista.
À porta do tribunal, em Munique, centenas de polícias tentam assegurar a segurança de um julgamento marcado por ideais xenófobos num país que não esquece o legado do Holocausto.
Num cartaz empunhado pelos vários manifestantes que se encontram no local, lê-se: «Filha de Hitler, vais pagar pelos teus crimes».
Beate Zschaepe é a única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista, que durante cerca de uma década protagonizou uma série de crimes anti-imigrantes com os quais a polícia alemã não estava preparada para lidar.
Como tudo começou
Na Alemanha pós-queda do Muro de Berlim, três jovens conheceram-se em Jena, uma região muito afetada pelo período conturbado da história da Europa Central, numa fase onde crescia um sentimento anti-imigrantes.
Beate Zschaepe, Uwe Mundlos e Uwe Boenhardt organizaram uma campanha neo-nazi sobretudo contra turcos, cuja comunidade é de cerca de três milhões na Alemanha.
Durante uma década, a polícia não percebeu que os dez homicídios estavam ligados. As autoridades culparam a «máfia turca», atribuíndo as mortes aos gangues de imigrantes. Se o fizeram por incompetência ou por racismo, é uma resposta que este julgamento também procura.
Só em novembro de 2011, quando Uwe Mundlos e Uwe Boenhardt se suicidaram após um assalto que correu mal, é que a polícia conseguiu ligar as armas dos dois suspeitos aos outros crimes.
Quatro dias depois, Beate Zschaepe entregou-se à polícia. Agora nega as acusações mas enfrenta a prisão perpétua. Também outros quatro homens, que terão ajudado o grupo Clandestinidade Nacional-Socialista, começam a ser julgados esta segunda-feira.
Mais do que uma condenação
O que os alemães esperam deste julgamento não é apenas a condenação de Beate Zschaepe, mas o encerramento de um capítulo marcado pela desvalorização dos grupos de extrema-direita.
Vários responsáveis dos serviços de segurança demitiram-se na sequência deste caso e o parlamento concluiu que as instituições não têm ainda capacidade para lidar com extremistas neo-nazis.
As autoridades optaram por culpar as vítimas em vez de enfrentarem um problema que não desapareceu da Alemanha democrática.
A chanceler Angela Merkel já pediu desculpa às vítimas e às famílias, mas continua a ser difícil ouvir algum responsável falar em crimes de natureza racista.
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