O que vai na marmita do
trabalhador?
Na marmita, vai arroz e vai
feijão.
Com certa sorte, farofa oumacarrão, e talvez couve,
talvez ovo, talvez uma mistura
diferente, uma surpresa, um
presente.
Na marmita vai um certo
amargor: o travor da
submissão, os ossos
da servidão, a enorme
fome da liberdade utópica,
do inexequível lazer,
do que há por fazer,
das horas da condução,
da inatingível satisfação.
O que mais vai na marmita
do trabalhador?
Na marmita, além do arroz
e do feijão,
vai também um certo dulçor:
um gosto de paz e de amor,
o tempero da casa,
a sensação do descanso,
a lembrança do sossego,
das horas passando mais devagar,
a saudade dos filhos,
reminiscências de alegria,
recordações de inocência.
A marmita leva ainda a ternura
caprichosa da mulher,
o afeto carinhoso no preparo da bóia,
e durante a refeição,
Na meiga imagem da companheira,
a marmita é cúmplice faceira,
e leva o prazer em sobejo:
em cada ingrediente um desejo,
em cada garfada um beijo!
Antonio Caeiro (facebook)
trabalhador?
Na marmita, vai arroz e vai
feijão.
Com certa sorte, farofa oumacarrão, e talvez couve,
talvez ovo, talvez uma mistura
diferente, uma surpresa, um
presente.
Na marmita vai um certo
amargor: o travor da
submissão, os ossos
da servidão, a enorme
fome da liberdade utópica,
do inexequível lazer,
do que há por fazer,
das horas da condução,
da inatingível satisfação.
O que mais vai na marmita
do trabalhador?
Na marmita, além do arroz
e do feijão,
vai também um certo dulçor:
um gosto de paz e de amor,
o tempero da casa,
a sensação do descanso,
a lembrança do sossego,
das horas passando mais devagar,
a saudade dos filhos,
reminiscências de alegria,
recordações de inocência.
A marmita leva ainda a ternura
caprichosa da mulher,
o afeto carinhoso no preparo da bóia,
e durante a refeição,
Na meiga imagem da companheira,
a marmita é cúmplice faceira,
e leva o prazer em sobejo:
em cada ingrediente um desejo,
em cada garfada um beijo!
Antonio Caeiro (facebook)
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