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quinta-feira, 9 de maio de 2013


Banqueiro defende corte temporário de salários. Concorda?

Presidente do BCP diz que é preferível cortar salários quando é preciso reduzir custos, para preservar o emprego


O presidente do BCP, Nuno Amado, diz que as empresas devem poder reduzir salários temporariamente, quando têm de reduzir custos. Uma medida que, diz, poderia preservar empregos.

«Não percebo porque para as empresas que tenham de reduzir os seus custos, não haja a possibilidade de reduzir os seus custos salariais, dos seus salários, por dois ou três anos em vez de haver menos emprego. Eu preferia ter um bocadinho menos salário com mais emprego, que menos emprego mantendo-se os salários intocáveis», disse, numa conferência promovida pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

Nuno Amado sugeriu ainda uma redução das contribuições para a Segurança Social das empresas que criem emprego.

«Não consigo perceber porque é que para empresas que façam criação líquida de emprego a Segurança Social (SS) não é reduzida de forma significativa para todas elas. Pode ser uma desvalorização fiscal seletiva», afirmou também.

Nuno Amado defendeu também que sejam criados incentivos fiscais para as Pequenas e Médias Empresas (PME) que se recapitalizem: é essencial que as empresas aumentem o seu capital para conseguirem melhor financiamento por parte dos bancos.

Ricardo Salgado critica elevado IRC

No mesmo encontro, o presidente do BES, Ricardo Salgado, criticou a elevada taxa de IRC.

«É bom perguntar-nos porque é que os irlandeses durante a fase de negociação com atroika se bateram tanto por manter o nível do imposto sobre as empresas tão baixo», disse, lembrando que «temos hoje o IRC 50% acima da média europeia» e que «isso não é, de modo algum, um fator de atratividade».

Ricardo Salgado diz que, quando um empresário analisa a possibilidade de fazer um investimento, não olha apenas para o imediato, mas para uma perspetiva de médio prazo, de pelo menos dois a três anos. Por isso, «era bom que se desse uma perspetiva diferente em relação à carga fiscal».

CGD e BPI deixam recados a Bruxelas

O presidente da CGD diz que tem sido muito difícil negociar o plano de reestruturação com Bruxelas.

Os bancos que foram recapitalizados com dinheiro público (CGD, BCP, BPI e Banif) estão a negociar com a Direção-geral da Concorrência europeia os planos de reestruturação, que definirão a estratégia de cada instituição até 2017. O processo deveria ter ficado fechado no fim de março, mas derrapou, até junho.

Segundo José de Matos, as imposições de Bruxelas passam pela redução do balanço, venda de ativos internacionais e de participações minoritárias, não pagamento de dividendos e restrições a aquisições e expansões internacionais.

«É um processo de grande dificuldade adicional com Bruxelas», concluiu.

Também o presidente do BPI, Fernando Ulrich, apontou baterias à Comissão Europeia, afirmando que Bruxelas está a impedir o Estado de comprar aos bancos 3 mil milhões de euros de créditos sobre entidades públicas, conforme acordado em 2011, em troca da transferência parcial de vários fundos de pensões da banca para a Segurança Social.

Fernando Ulrich acusou Bruxelas de estar a impor condições inadequadas, impedindo que a operação tivesse sido fechado no ano passado.

«Gostava de deixar um pedido ao ministro das Finanças [Vítor Gaspar] para que, utilizando a capa negocial reforçada que agora tem, desse uma contribuição para resolver problemas que afetam os bancos portugueses e indiretamente as empresas portuguesas», disse.

«O Estado continua a querer cumprir esses compromissos, mas não tem conseguido porque as instituições europeias querem impor a estas transações condições não adequadas. Penso que hoje as instituições europeias não têm razão no que exigem ao Estado português e aos bancos», acrescentou.

Fernando Ulrich instou também Vítor Gaspar a negociar em Bruxelas os critérios impostos pela Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla em inglês) para a avaliação de dívida pública, cujos valores para a sua avaliação datam ainda de 2011, quando os juros da dívida estavam mais altos.

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