Jornais – E que tal um pouco mais de respeito?!
Um dia, a grande atleta Rosa Mota, questionada sobre as razões que a teriam feito perder uma corrida internacional, deu uma resposta que é, para mim, um dos melhores exemplos de desportivismo, ou “fair-play”, como se diz lá fora. Sem esconder uma pontinha de admiração pela adversária que acabara de a vencer, quando disse o seu nome, declarou sorrindo: Ela correu mais do que eu!...
Mas isso foi há muito tempo! Por agora vão-se sucedendo, com maior ou menor naturalidade, as notícias das eliminações dos atletas portugueses presentes no Jogos Olímpicos, mesmo daqueles – e são a maioria – que dão o seu melhor.
Não é o caso do “jornalismo” de que vou, mais uma vez, aqui falar. Esse, parece apostado em ir mostrando, cada vez mais, o seu pior.
Noticiando mais uma eliminação, desta vez de Marco Fortes, lançador de peso, o DN dá-nos um exemplo de como se pode desprezar e faltar ao respeito, ao mesmo tempo, tanto ao atleta, quanto aos leitores do jornal. Por preguiça. Por incompetência.
Não porque no DN achem que “os negros são todos iguais”, mas sim pela tal preguiça, ilustraram a notícia com uma fotografia de um atleta negro qualquer... para além de, no título, lhe chamarem "Marcos" em vez de Marco.
Por incompetência, nem reparam que o atleta da fotografia não está sequer a lançar o peso, mas sim um disco... tal é a tremenda semelhança entre os movimentos do lançamento do disco e do peso e a inquietante "parecença física" entre os dois "engenhos".
É por estas (e muita outras) que eu vou dizendo que uma grande parte das páginas dos nossos jornais já estava cravada de esterco... muito antes de servir para forrar os fundos das gaiolas de periquitos, canários, rolas, papagaios...
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