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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sem chão






Sempre pensei que fosse simples. Tu e eu, tão perto e tão longe num cúmplice e sereno mundo comum. Olhando para trás, já não me lembro se alguma vez te sonhei. Talvez, não sei, se aconteceu devo ter achado tão absurdo que apaguei da memória. Só que um dia os teus olhos pararam nos meus e já não couberam… inesperadamente roubaste-me o tempo e razão como se os anos não contassem, como se as circunstâncias não pesassem. E o chão perdeu-se debaixo dos meus pés… Calaste-me o sorriso e as certezas com o que vi dentro de ti e da minha pele, virgem de um só toque teu, de um só afecto, nasceu o desejo brutal de me afogar nos teus beijos. Ninguém reparou. Só nós, em silêncio, soubemos que sim…


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