Não há uma definição única e satisfatória capaz de descrever a arte das musas; falo da música.
No entanto, é possível dizer, sem ter medo de errar, que a música é a arte de combinar sons, de combinar “ruídos”, de modo harmonioso, tendo por base regras variáveis em função do lugar e da época.
A música é, pois, “a banda sonora da sociedade” e é bela, não apenas pelo resultado sonoro que resulta da conjugação de vários sons, mas também pela mensagem que do conjunto harmonioso de sons resulta; esta é valiosa porque acrescenta valor à vida e à arte podendo ser, por um lado, um instrumento de alerta e de esperança – é na música que se encontra, muitas vezes, o refúgio que acalenta, que impulsiona e que mobiliza… – por outro, uma ferramenta do poder que, usada com mestria, pode fazer esquecer as misérias actuais da condição humana e silenciar a contestação e a indignação. Daí a sua importância.
Por isso é preciso saber fazer escolhas. São dois lados de uma mesma moeda, sabendo-se que a face escolhida não resulta de uma opção aleatória.
Como objecto essencial, que é, a música contribui ainda para a realização humana, pois é o principal veículo de transmissão de emoções num discurso que, despojado de palavras, soa e ecoa, tal como a natureza, a amor, residindo aí a sua força e o seu poder.
Tais emoções “revitalizam a capacidade humana” e possibilitam acreditar que não é possível entorpecer os desejos, as vontades e a confiança que cada um deposita no seu futuro, porque é possível viver melhor, porque a música vai ajudar com “engenho e arte”.
Há outras músicas… mas essas, não as oiço!

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