Natal de 2011, Natal de injustiças, Natal de luta
Há muito que não tínhamos um Natal assim
35 anos de políticas de direita arruinaram o país, reduziram a democracia que conquistámos em 1974, aumentaram as desigualdades, e fizeram-nos regressar a muitas das condições de vida dos tempos do fascismo.
Já lá vão 37 anos. Muitos portugueses não viveram o regime fascista, não conheceram as duras realidades da vida do povo, em especial nas aldeias, no interior atrasado do país. Não conheceram a fome a miséria das aldeias que viviam isoladas, sem estradas ou caminhos. Não conheceram os bairros de barracas nas periferias das cidades.
A maior parte de Portugal não tinha rede elétrica, não tinha abastecimento de água. A maioria das habitações não tinha casa de banho.
Os trabalhadores do campo trabalhavam de sol a sol. Nos campos do Alentejo, os proprietários das terras, grandes agrários, "leiloavam" os trabalhadores oferecendo salários de miséria nas "praças de jorna". Quem não aceitasse trabalhar pelo preço oferecido, era posto à margem e ficava sem trabalho.
As crianças não tinham escolas e eram obrigadas a trabalhar muito cedo para ajudar a família. A mortalidade infantil era elevada. As doenças, a tuberculose ceifava as vidas dos mais fracos e mais pobres.
Quase dois milhões de portugueses tiveram que emigrar "a salto" como diziam.
Eram emigrantes que muito dificilmente voltavam para rever a família se mulher e filhos não fugissem também para se juntar ao marido e pai no estrangeiro.
A população envelheceu com a saída dos mais novos. Portugal não tinha futuro.
O Natal era vivido nas aldeias pelos "velhos", mulheres e crianças. Apesar da fome e miséria o povo não deixou de ter sempre algo para o jantar de Natal com a família restante. Era a imagem da "casa portuguesa com pão e vinho sobre a mesa" que Salazar louvava.
A tradição dos festejos de Natal, desde a homenagem pagã ao solstício de inverno, à celebração cristã do nascimento de Jesus era, feita à volta de rituais muito simples. A tradicional canção que José Afonso tão bem interpretou, mostra isso mesmo. O Natal dos simples:
Hoje, 37 anos passados, da Revolução que nos libertou do regime fascista que conduziu Portugal à miséria, ao isolamento internacional, obrigam-nos a recordar esses tempos.
2011 vai terminar com nuvens negras ameaçando o regresso aos tempos difíceis do antigamente para quem trabalha.
O processo revolucionário do 25 de Abril de 1974, que tanta esperança trouxe aos portugueses, foi interrompido pela traição de alguns que se aliaram à direita e aos ricos "donos de Portugal" que tinham perdido o seu poder.
Provando que o dinheiro não desapareceu, apenas mudou de bolsos, os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres.
Aproxima-mo-nos perigosamente dos tempos em que Almeida Garret, escreveu: “E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”.
35 anos de políticas de direita arruinaram o país, reduziram a democracia que conquistámos em 1974, aumentaram as desigualdades, e fizeram-nos regressar a muitas das condições de vida dos tempos do fascismo.
Já lá vão 37 anos. Muitos portugueses não viveram o regime fascista, não conheceram as duras realidades da vida do povo, em especial nas aldeias, no interior atrasado do país. Não conheceram a fome a miséria das aldeias que viviam isoladas, sem estradas ou caminhos. Não conheceram os bairros de barracas nas periferias das cidades.
A maior parte de Portugal não tinha rede elétrica, não tinha abastecimento de água. A maioria das habitações não tinha casa de banho.
Os trabalhadores do campo trabalhavam de sol a sol. Nos campos do Alentejo, os proprietários das terras, grandes agrários, "leiloavam" os trabalhadores oferecendo salários de miséria nas "praças de jorna". Quem não aceitasse trabalhar pelo preço oferecido, era posto à margem e ficava sem trabalho.
As crianças não tinham escolas e eram obrigadas a trabalhar muito cedo para ajudar a família. A mortalidade infantil era elevada. As doenças, a tuberculose ceifava as vidas dos mais fracos e mais pobres.
Quase dois milhões de portugueses tiveram que emigrar "a salto" como diziam.
Eram emigrantes que muito dificilmente voltavam para rever a família se mulher e filhos não fugissem também para se juntar ao marido e pai no estrangeiro.
A população envelheceu com a saída dos mais novos. Portugal não tinha futuro.
O Natal era vivido nas aldeias pelos "velhos", mulheres e crianças. Apesar da fome e miséria o povo não deixou de ter sempre algo para o jantar de Natal com a família restante. Era a imagem da "casa portuguesa com pão e vinho sobre a mesa" que Salazar louvava.
A tradição dos festejos de Natal, desde a homenagem pagã ao solstício de inverno, à celebração cristã do nascimento de Jesus era, feita à volta de rituais muito simples. A tradicional canção que José Afonso tão bem interpretou, mostra isso mesmo. O Natal dos simples:
Hoje, 37 anos passados, da Revolução que nos libertou do regime fascista que conduziu Portugal à miséria, ao isolamento internacional, obrigam-nos a recordar esses tempos.
2011 vai terminar com nuvens negras ameaçando o regresso aos tempos difíceis do antigamente para quem trabalha.
O processo revolucionário do 25 de Abril de 1974, que tanta esperança trouxe aos portugueses, foi interrompido pela traição de alguns que se aliaram à direita e aos ricos "donos de Portugal" que tinham perdido o seu poder.
Provando que o dinheiro não desapareceu, apenas mudou de bolsos, os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres.
Aproxima-mo-nos perigosamente dos tempos em que Almeida Garret, escreveu: “E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”.
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