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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


do pior ao melhor

 


No Jornal Público, do qual sou leitor indefectível há muito anos, temos exemplos do melhor jornalismo que se faz em Portugal mas também, infelizmente, por vezes do pior.

Assim é o caso da longa entrevista a Passos Coelho conduzida por Maria João Avilez. Passando ao lado da introdução laudatória, quase apaixonada pelo nosso PM ("o sorriso", "a postura elegante", "a voz insinuante"), ou mesmo do seu uso serôdio do português em belas frases como: "... de conclusões, aliás, inconclusivas...", por exemplo, não consigo mesmo passar ao lado das suas "palas" de pensamento único que a fazem dizer coisas tão brilhantes como "O país já sabe dessa necessidade imperiosa da consolidação!", referindo-se à necessidade de imposição de sacrifícios e que a fazem conduzir a entrevista justamente no sentido e para a linguagem que interessa ao PM.

Com grande superficialidade e clara falta de estudo dos dossiers, MJA, deixa escapar as revelações que Passos Coelho e nem se apercebe das implicações de alguma das frases do PM. Mas, sobretudo, MJA consegue dar-nos 4 páginas de entrevista onde, nem por uma vez, se mencionam as crescentes dificuldades dos portugueses, o aumento da pobreza e do desemprego, ou mesmo sequer se aborda a contestação social, como se estes assuntos não fossem nem notícia nem parte da difícil equação que cabe a Passos Coelho resolver. Definitivamente, do pior!

No mesmo dia, a honra da redacção acaba por ser salva por mais uma brilhante peça de jornalismo narrativo de Paulo Moura na Pública, onde as palavras vão para lá do cliché e da banalidade e nos transmitem, para lá da informação, uma vivência humana. Definitivamente, do melhor!

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