AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

NATAL

O Natal é uma quadra de contrastes. Sentimos mais a família e a falta dela. Há um Natal de presentes ausentes. O Natal transporta consigo um cortejo de mortes. Familiares que recordamos na sépia dos retratos gravados na nossa memória distante. Fantasmas que passam por nós nos corredores infinitos da saudade. Há um Natal presente e um Natal ausente. Um Natal em que recebíamos presentes e um outro em que somos nós a pagar. Dantes suspirávamos por uma data mágica que descia pela chaminé. Hoje corremos na fúria da compra inútil. Já não há Pai Natal. Há uma ilusão desgastante que se queima no altar egoísta do consumo. Um furor de consoada que se rasga nos papéis de embrulho na véspera do perú assado. Há um Natal de mensagens pré-gravadas e SMS. De jantares comemorativos feitos de rotina irremediável. O Natal é um engano que persistimos em manter. Um engano em que mantemos vivos os presentes do passado.

Sem comentários: