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Jornal «Avante!» - Opinião - Que linda barquinha!
João Frazão
Em miúdo, havia uma cantilena de um jogo que rezava mais ou menos assim. «Que linda barquinha, que lá vem, lá vem! É uma barquinha que vem de Belém!»
A lembrança foi imediata quando vi uma das muitas notícias sobre a viagem de Greta Thunberg (a jovem sueca que é o rosto visível da chamada Greve Climática) até Nova Iorque, onde discursará na Cimeira do Ambiente a 23 de Setembro.
Dá-se o caso da jovem, catapultada a estrela mundial, ter decidido não ir de avião por causa da, indesmentível, pegada ecológica desse meio de transporte e optado pela via marítima.
Nada haveria a registar, não fosse dar-se o caso de os poderes deste mundo, que ela diz contestar, lhe terem facilitado uma viagem num catamarã de luxo (um iate que, segundo o Público, custará mais de 4 milhões de euros), tendo como tripulante um dos netos do Príncipe do Mónaco.
A decisão – tomada vá-se lá saber onde e por quem – foi transformar esta viagem, que poderia ser feita num normal cruzeiro regular por pouco mais de mil euros e em menos tempo, numa aventura, numa autêntica epopeia, que até tem direito ao acompanhamento permanente de um realizador de cinema.
Afogado na sua crise sistémica, incapaz de encontrar soluções que lhe permitam mais do que fôlegos temporários, o capitalismo procura arranjar distracções, elementos dispersivos e heróis de ocasião.
O dramático é que os problemas ambientais existem mesmo, e enquanto as mãos escondidas que manobram as marionetas encenam o próximo filme, com potencial para garantir uns milhões de bilheteira, o modo de produção capitalista está a atirar o Mundo para um abismo, colocando, de facto, em causa a Natureza e a nossa casa comum.
A esperança vem de sabermos que só quando se puser em causa o capitalismo este filme pode ter um final feliz. Nós sabemos o caminho!
A lembrança foi imediata quando vi uma das muitas notícias sobre a viagem de Greta Thunberg (a jovem sueca que é o rosto visível da chamada Greve Climática) até Nova Iorque, onde discursará na Cimeira do Ambiente a 23 de Setembro.
Dá-se o caso da jovem, catapultada a estrela mundial, ter decidido não ir de avião por causa da, indesmentível, pegada ecológica desse meio de transporte e optado pela via marítima.
Nada haveria a registar, não fosse dar-se o caso de os poderes deste mundo, que ela diz contestar, lhe terem facilitado uma viagem num catamarã de luxo (um iate que, segundo o Público, custará mais de 4 milhões de euros), tendo como tripulante um dos netos do Príncipe do Mónaco.
A decisão – tomada vá-se lá saber onde e por quem – foi transformar esta viagem, que poderia ser feita num normal cruzeiro regular por pouco mais de mil euros e em menos tempo, numa aventura, numa autêntica epopeia, que até tem direito ao acompanhamento permanente de um realizador de cinema.
Afogado na sua crise sistémica, incapaz de encontrar soluções que lhe permitam mais do que fôlegos temporários, o capitalismo procura arranjar distracções, elementos dispersivos e heróis de ocasião.
O dramático é que os problemas ambientais existem mesmo, e enquanto as mãos escondidas que manobram as marionetas encenam o próximo filme, com potencial para garantir uns milhões de bilheteira, o modo de produção capitalista está a atirar o Mundo para um abismo, colocando, de facto, em causa a Natureza e a nossa casa comum.
A esperança vem de sabermos que só quando se puser em causa o capitalismo este filme pode ter um final feliz. Nós sabemos o caminho!
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