A reunião que teve lugar, na terça-feira, no Ministério das Infraestruturas e Habitação terminou sem acordo entre patrões e motoristas. A voz mais audível dos trabalhadores garantiu que vem aí nova greve.
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“Não abdicamos do pagamento de horas extraordinárias", frisou, lançando ainda acusações na direçãodos patrões.
Depois de uma greve que durou sete dias, patrões e motoristas aceitaram sentar-se, novamente, à mesa das negociações para tentarem chegar a um acordo.
E assim, ANTRAM e SNMMP reuniram-se ontem no Ministério das Infraestruturas, em momentos distintos, com o Governo, que se disponibilizou para mediar o processo.
Porém, tudo continua na mesma. E, à partida, os motoristas vão fazer nova greve, apontando ao início de setembro. O pré-aviso deverá ser entregue ainda hoje.
O porta-voz da ANTRAM disse aos jornalistas, já de noite, que o sindicato dificultou o processo negocial: "Fomos chamados [esta noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a mediação", disse André Matias de Almeida.
O responsável acrescentou ainda que a ANTRAM havia deixado, durante a reunião da manhã com o Governo, um documento onde “abria quase tudo à mediação”. No entanto, acusou, o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) “quer impor aumentos salariais e o pagamento de horas suplementares, e isso não é um processo de mediação".
A desconvocação da greve não passou de mais um número. Não é possível conversar com quem quer ir para a mesa de negociações com condições impostas
Depois de a ANTRAM se pronunciar publicamente, foi a vez de o SNMMP falar aos jornalistas. Pedro Pardal Henriques garantiu que o sindicato apenas “pediu que os trabalhadores fossem valorizados e que recebessem pelo trabalho que fazem”.
A Antram não quis evitar estas novas formas de luta ou uma possível greve por 50 euros
Em resposta, o ministro das Infraestruturas lamentou que a reunião tenha acabado como começou – num impasse – e atirou responsabilidades na direção do sindicato.
“Tentámos por todas as vias fazer com que as partes deixassem cair as pré-condições. Uma das partes não quis, mas, obviamente, uma mediação tem como objetivo chegar a resultados, eles não podem ser impostos antes de a mediação se iniciar", fez sobressair aos jornalistas.
Pedro Nuno Santos acrescentou ainda que "há condições através da mediação para se chegar a resultados positivos”, tal como aconteceu com a Fectrans e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias.
Era importante que o SNMMP também fosse parte da solução. E todos temos o direito de exigir que se respeite [o processo negocial]
"O Governo continuará disponível para fazer o que está a fazer desde abril. Sabemos o impacto que este tipo de conflitos está a ter na vida de todos nós. Não tomamos o lado de nenhuma das partes neste conflito", assegurou o ministro.
Vem aí nova greve
Finda a reunião e feitas as habituais declarações aos jornalistas, Pardal Henriques foi entrevistado na antena da SIC Notícias para explicar mais detalhadamente como decorreu o processo negocial no Ministério.
Mostrando-se perentório, o porta-voz do SNMMP fez saber que, esta quarta-feira, o SNMMP vai apresentar um novo pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, o que inclui feriados e fins de semana.
Esta paralisação, avisou o também advogado, poderá começar dentro de duas semanas e prolongar-se por um período indeterminado.
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