Fogos é o tema de abertura do Curto que vai ler a seguir. Monchique está a arder e é uma carga de trabalhos. Há algumas dezenas de feridos mas nada de grave. Uma senhora idosa é a de mais gravidade e foi evacuada para hospital em Lisboa. Não há registo de mortes. A estratégia “Aldeia Segura” está a funcionar. É bom que se diga. O fogo em Monchique está como o de há 15 anos, muito difícil de controlar e extinguir. Dê-mos tempo ao tempo, desde que não se verifiquem mortes e queimados graves o resto é de expectante resolução. Oxalá.
Pergunta o autor deste Curto “como é que continuamos a ter vilas, como tivemos este domingo Monchique, cercadas pelo fogo?” Mas que pergunta. Então não será por via das árvores e material combustível? Aldeias e vilas sem árvores em redor é o desejável? Parece que não, desde que seja guardada a devida distância. O pior é que as pessoas muitas vezes não se lembram disso. O fogo é inclemente e o que há a fazer é assumir tal comportamento de uma vez por todas e não urbanizar à toa, não construir à toa. A maior parte das vezes não é o que vimos. Infelizmente.
Mais de mil homens/mulheres estão em Monchique a fazer tudo para debelar o fogo, outros a dar a devida proteção aos moradores, a evacuar populações. Pouco mais resta fazer, além do que está a ser feito. Salvar vidas. Vão-se os anéis mas ficam os dedos.
Obrigado bombeiros de Portugal. Obrigado militares do exército e da GNR, obrigado a todos que estão em Monchique e noutros locais incendiados, é o que devemos dizer com a satisfação de que são esses e essas operacionais que estão a salvar vidas. Um jorro de muito obrigado. Assim é o que merecem.
O resto é conversa fiada e sardinhas a 10. Bom dia, hoje está um pouco mais fresco e amanhã será melhor ainda. Uf! (PG)
Bom dia este é o seu Expresso Curto
Verão quente – que vá e não volte
Pedro Lima | Expresso
Bom dia,
Lá voltamos ao mesmo. Chamas por todo o lado, diretos televisivos horas a fio, a mesma questão de sempre: depois do que tem acontecido ano após ano – e sobretudo depois do que aconteceu no ano passado – como é que continuamos a ter vilas, como tivemos este domingo Monchique, cercadas pelo fogo?
Antes de passarmos ao fogo, para já, há que reter uma boa notícia: este verão quente, tardio, doentio, de temperaturas acima dos 40 graus, que marcou o arranque de agosto, parece ter os dias contados. Para já. As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para uma acentuada descida da temperatura.
Com o calor veio, como sempre vem, o fogo. Estão a ser dias de aflição, em especial em Monchique, que nos lembrou aquilo de que não nos queríamos lembrar. O incêndio começou na sexta-feira e continua, esta manhã, por dominar. Para já, um primeiro balanço aponta para 24 feridos, um deles em estado grave, com várias casas destruídas e mais de 100 pessoas deslocadas. É certo que estamos muito longe das tragédias de junho e outubro do ano passado – ou da que atingiu a Grécia este ano. Mas, ainda assim, depois de tudo o que se passou, não é nada tranquilizador ver que continuamos a ter vilas cercadas pelo fogo.
As condições meteorológicas adversas, com mudanças bruscas de vento, ajudam a explicar a dificuldade no combate ao incêndio. No fim-de-semana tivemos também dois feridos graves em Estremoz. E um incêndio em Marvão, que também causou preocupação, foi entretanto dominado. À meia-noite desta segunda-feira, havia mais de 1500 operacionais a combater as chamas de norte a sul do país.
A Comissão Europeia ofereceu ajuda a Portugal. E este domingo à noite, o Presidente da República comentou o incêndio de Monchique destacando a “capacidade de resposta brutal”. Mas não deixou de mostrar alguma surpresa por o fogo ter chegado onde chegou.
Se há algo que nos pode tranquilizar é o facto de sabermos que Marcelo Rebelo de Sousa não esqueceu o tema e anda por aí: ele está a cumprir a promessa de ir passar uns dias de férias a algumas das zonas da região Norte e Centro afetadas pelos incêndios. E há-de rumar ao Algarve.
O Presidente tem conseguido passar a mensagem muito bem, a de que está onde é preciso, quando é preciso. Mas também está a passar a imagem de que não tem tempo para descansar verdadeiramente e que não consegue desligar. Este fim-de-semana convidou a SIC a acompanhá-lo nas suas férias. Vimo-lo a conduzir o carro ou a tomar banho nos rios. Em dois dias visitou sete praias fluviais.
Lá voltamos ao mesmo. Chamas por todo o lado, diretos televisivos horas a fio, a mesma questão de sempre: depois do que tem acontecido ano após ano – e sobretudo depois do que aconteceu no ano passado – como é que continuamos a ter vilas, como tivemos este domingo Monchique, cercadas pelo fogo?
Antes de passarmos ao fogo, para já, há que reter uma boa notícia: este verão quente, tardio, doentio, de temperaturas acima dos 40 graus, que marcou o arranque de agosto, parece ter os dias contados. Para já. As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para uma acentuada descida da temperatura.
Com o calor veio, como sempre vem, o fogo. Estão a ser dias de aflição, em especial em Monchique, que nos lembrou aquilo de que não nos queríamos lembrar. O incêndio começou na sexta-feira e continua, esta manhã, por dominar. Para já, um primeiro balanço aponta para 24 feridos, um deles em estado grave, com várias casas destruídas e mais de 100 pessoas deslocadas. É certo que estamos muito longe das tragédias de junho e outubro do ano passado – ou da que atingiu a Grécia este ano. Mas, ainda assim, depois de tudo o que se passou, não é nada tranquilizador ver que continuamos a ter vilas cercadas pelo fogo.
As condições meteorológicas adversas, com mudanças bruscas de vento, ajudam a explicar a dificuldade no combate ao incêndio. No fim-de-semana tivemos também dois feridos graves em Estremoz. E um incêndio em Marvão, que também causou preocupação, foi entretanto dominado. À meia-noite desta segunda-feira, havia mais de 1500 operacionais a combater as chamas de norte a sul do país.
A Comissão Europeia ofereceu ajuda a Portugal. E este domingo à noite, o Presidente da República comentou o incêndio de Monchique destacando a “capacidade de resposta brutal”. Mas não deixou de mostrar alguma surpresa por o fogo ter chegado onde chegou.
Se há algo que nos pode tranquilizar é o facto de sabermos que Marcelo Rebelo de Sousa não esqueceu o tema e anda por aí: ele está a cumprir a promessa de ir passar uns dias de férias a algumas das zonas da região Norte e Centro afetadas pelos incêndios. E há-de rumar ao Algarve.
O Presidente tem conseguido passar a mensagem muito bem, a de que está onde é preciso, quando é preciso. Mas também está a passar a imagem de que não tem tempo para descansar verdadeiramente e que não consegue desligar. Este fim-de-semana convidou a SIC a acompanhá-lo nas suas férias. Vimo-lo a conduzir o carro ou a tomar banho nos rios. Em dois dias visitou sete praias fluviais.
Sem comentários:
Enviar um comentário