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Um relatório divulgado hoje, citado pela agência de notícias Efe, o grupo de especialistas internacionais e regionais para o Iémen, criado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2017, refere que ambas as partes e a coligação árabe cometeram violações do Direito Internacional que "podem equivaler a crimes de guerra".
Os especialistas da ONU investigaram as violações e os abusos cometidos no Iémen desde setembro de 2014, quando os rebeldes Houthis tomaram Sanaa e as províncias no norte e oeste do país e expulsaram o Governo da capital.
O conflito intensificou-se em março de 2015 com a entrada da coligação árabe, apoiada pelos Estados Unidos.
"Indivíduos no Governo e na coligação, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, podem ter realizado ataques que violam o princípio de distinção, proporcionalidade e precaução e podem equivaler a crimes de guerra", afirmou o grupo de especialistas.
O relatório menciona que os ataques aéreos da coligação provocaram a maioria das mortes de civis como consequência direta dos bombardeamentos "contra áreas residenciais, mercados, funerais, casamentos, prisões, navios civis e até mesmo centros médicos".
Segundo o Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, desde março de 2015, cerca de 6.660 civis morreram na guerra e 10.563 ficaram feridos, embora "o número real seja provavelmente significativamente maior", salientam os especialistas da ONU.
De acordo com os especialistas, as forças pró-governamentais e a coligação também podem ter cometido crimes de guerra por terem recorrido a "tratamento cruel e tortura, atos degradantes, violações e o recrutamento de crianças com idade inferior a 15 anos ou tê-las usado como parte ativa nas hostilidades".
Os especialistas indicaram a existência de repetidas informações sobre o uso de crianças a partir dos oito anos em ambos os lados do conflito armado.
O grupo de investigadores da ONU também culpa o Governo e os seus parceiros pela detenção arbitrária, a privação ilegal do direito à vida, desaparecimentos forçados e violações da liberdade de expressão e dos direitos económicos, sociais e culturais.
Do lado das "autoridades de facto", isto é, os houthis nas áreas que controlam, também houve possíveis crimes de guerra, idênticos, indicou o grupo de investigadores.
Os especialistas da ONU destacam ainda que os rebeldes cometeram "sérias restrições à liberdade de expressão e religião".
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