O secretário ininputável
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Se o secretário d’estado das Finanças Paulo Núncio não sabia o que passava na Direcção-Geral-do-Tesouro é mau. Se sabia, é capaz de não ser melhor. Em todo o caso, o homem é, segundo o comentador-martelo da têvêí, um “zero à esquerda”.
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Todavia ninguém o demite. Nem a ministreza que o tutela, a salazarinha dos cofres cheios. Nem o primeiro-ministro, que viaja com o cagueiro em cima um livro sobre Salazar, demite os dois. Nem o presidente, que assegura “o normal funcionamento das instituições”, demite os três e se suicida.
Estamos nisto.
Aqui há tempos um outro secretário, o da cultura, mandou-o literalmente “tomar” no cu. Contudo, dito assim, em “brasileiro” (que é, como toda a gente sabe, a maneira adocicada de falar português), até parece que o Viegas lhe aconselhou um refresco. Enfim, foi lá uma coisa entre eles.
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O melhor mesmo é fazê-lo à antiga portuguesa, de antes do “acordês”. É menos açucarado mas mais apropriado para o que se lhe deseja. É assim:
-”Ó Núncio, vai levar no cu”.
Sim filho, no sítio onde o teu chefe tem o salazar.
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