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sexta-feira, 27 de março de 2015

Embaixadora portuguesa na Finlândia alvo de chacota? O que ela diz - "Sabe que sou embaixadora e já o meu pai era embaixador?" Terá sido com este grito que Fátima Perestrello forçou a entrada numa cerimónia na Finlândia. A embaixadora nega e fala em exagero do jornal.

Embaixadora portuguesa na Finlândia alvo de chacota? O que ela diz

"Sabe que sou embaixadora e já o meu pai era embaixador?" Terá sido com este grito que Fátima Perestrello forçou a entrada numa cerimónia na Finlândia. A embaixadora nega e fala em exagero do jornal.
Fátima Perestrello está a ser gozada na Finlândia por atitude menos diplomática. A embaixadora diz que tudo foi empolado
AFP/Getty Images
A notícia fez manchete num jornal da Finlândia. A embaixadora portuguesa naquele país, Maria de Fátima Perestrello, terá forçado a entrada numa cerimónia organizada pelo Governo finlandês que contou com a presença de Federica Mogherini, Alta Representante da União Europeia para Política Externa e Segurança. Um evento para o qual não se tinha inscrito. Segundo descreve o jornal, Maria de Fátima ter-se-á dirigido ao segurança para forçar a entrada: “Você não compreende que sou a embaixadora portuguesa? Você sabe que sou embaixadora e já o meu pai era embaixador?”.
Quem começou por contar a história foi o jornal finlandês Iltalehti, um tablóide, que relatava como uma furiosa Maria de Fátima Perestrello terá chocado os presentes depois de forçar a entrada numa cerimónia que exigia inscrição prévia. Em Portugal, o caso foi dado aconhecer pelo Clube de Jornalistas e rapidamente se tornou viral nas redes sociais. Uma embaixadora alvo de chacota na Finlândia? Mas, qual é a versão da própria?
O Observador conseguiu falar com Maria de Fátima Perestrello, representante do país em Helsínquia, que não negou o sucedido. Mas, garante, todo o caso foi exageradamente empolado.
A embaixadora começou por contar que soube da cerimónia depois de “consultar a agenda do Ministério dos Negócios Estrangeiros finlandês” e que, por iniciativa própria, decidiu marcar comparência no evento. Todavia, nunca lhe ocorreu que “fosse necessária inscrição” para tal.
Assim, chegada ao local, Perestrello, que ocupou, entre outros cargos, o lugar de embaixadora portuguesa na Estónia, começou “por se apresentar a duas raparigas” que estavam a receber os convidados. Sempre de forma “educada”, diz, até porque, garante, não é “pessoa de se impor“.
No entanto, as duas funcionárias disseram-lhe que não poderia entrar porque o seu nome não constava na lista de convidados. O passo seguinte foi “pedir para falar com a delegada da União Europeia”, pedido, esse, que lhe foi recusado. Sem alternativa, Fátima Perestrello, que se revelou “surpreendida” e “tristíssima” com a forma como foi relatado o episódio, pediu para falar com alguém responsável pelas Organizações Não Governamentais (ONG’s) que ajudaram a organizar a cerimónia.
Logo se lhe dirigiu um “rapaz” que lhe explicou que “por uma questão de segurança” seria difícil deixá-la entrar. Fátima Perestrello tratou de o sossegar: “Sou uma pessoa calma e educada”. E foi neste momento que terá pronunciado a frase controversa: “Você não compreende que sou a embaixadora portuguesa? Você sabe que sou embaixadora e já o meu pai era embaixador?“. Algo que confirma ter dito, mas não no tom relatado pelo jornal.
Ora, aqui as versões voltam a divergir. O jornal finlandês, que cita uma fonte anónima que estaria presente na cerimónia, conta que Fátima Perestrello terá pronunciado esta frase em tom irritado e com altivez. O Observador falou com a jornalista que escreveu o artigo e esta garantiu não ter “dúvidas sobre os motivos da fonte ou a validade do seu testemunho”. A mesma jornalista disse também ter tentado contactar a embaixadora, que se escusou a comentar o episódio – comportamento confirmado por Fátima Perestrello que justificou dizendo que fazia parte do protocolo não comentar este tipo de questões.
Já a versão da embaixadora é diferente: “Falei do meu pai para que ele [o terceiro funcionário com quem falou] associasse o meu nome a uma família educada, que não oferecia perigo”. Aliás, acrescentou Fátima Perestrello, “nunca me iria comportar daquela maneira, até porque os títulos não têm valor se não tivermos educação. O mais importante é o bom senso e nunca poria, de nenhuma forma, a bandeira do meu país em cheque”.”Até me custa a acreditar nesta situação”, rematou a embaixadora.
Resta saber quem tem razão: se a embaixadora se o jornal finlandês.

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