Morreu constitucionalista moçambicano alvo de atentado
O diretor do Hospital Central de Maputo, João Fumane, disse aos jornalistas que os esforços do pessoal médico foram insuficientes para salvar o académico de origem francesa, dada a gravidade dos ferimentos e a elevada quantidade de sangue perdida, tendo o óbito sido declarado cerca das 13 horas locais (menos duas em Portugal continental).
A Polícia da República de Moçambique (PRM) disse estar a seguir pistas para encontrar quatro homens que balearam o constitucionalista Gilles Cistac.
"As nossas equipas estão a seguir todas as pistas para esclarecer o caso. Sabemos que foram quatro indivíduos que se faziam transportar numa viatura não identificada. Deste grupo, três eram negros e um era branco e foi este último que efetuou os disparos", disse Orlando Modumane, porta-voz da PRM, em conferência imprensa em Maputo, pouco antes de ser conhecida a morte do académico moçambicano de origem francesa.
Segundo Orlando Modumane, o constitucionalista foi baleado às 08.45 horas locais, quando saía de um café, na avenida Eduardo Mondlane, no centro da capital moçambicana.
Sem avançar mais detalhes, o porta-voz da PRM disse que os dados ainda são preliminares e estão ser levadas a cabo investigações com vista a esclarecer o caso.
Relatos de testemunhas no local indicam que Gilles Cistac foi metralhado quando saía do café Wimbe e se preparava para entrar num táxi, no caminho para o Tribunal Administrativo, onde tencionava tratar de um expediente.
Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através do Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Chistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.
Cistac é um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em entrevistas recentes, considerou que não há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) de criar regiões autónomas no país.
O Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas suas posições recentes.
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