Explorar a cidade de Praga é uma viagem no tempo e um grande mergulho na história, principalmente quando visitamos Josefov, conhecido como o Bairro Judeu de Praga, e onde fica o Cemitério Judeu mais antigo do mundo.
Por dentro da história
Os judeus começaram a se estabelecer em Praga durante o século X. Após o primeiro pogrom(como é chamado o ataque em massa a pessoas, casas, negócios e centros religiosos, simultaneamente), os judeus passaram a viver em um único bairro de Praga, cercados por um muro.
Muitos pogrons se repetiram, sendo que um dos mais sangrentos massacrou mais de 3 mil judeus durante a Páscoa.
Além de viver dentro desse bairro, os judeus também deveriam ser enterrados dentro dele. O cemitério existente dentro do bairro logo ficou lotado, e na falta de espaço a solução foi a remoção de todas as lápides para que uma nova camada de terra fosse depositada por cima. As lápides antigas foram recolocadas e novas foram surgindo.
Com o tempo essa nova camada de terra também lotou e todo o processo foi refeito. Isso se repetiu por séculos! Acredita-se que pelo menos 12.000 pessoas foram enterradas no pequeno cemitério, que chegou a ter 12 níveis de terra.
O fim desse processo chegou quando o imperador José II libertou os judeus desse bairro. Os muros deixaram de existir e lugar passou a ser um bairro de Praga, chamado então de Josefov – em homenagem aos judeus.
Com as datas presentes nas lápides é possível comprovar que este é o cemitério judeu mais antigo do mundo.
Visitando o Cemitério Judeu em Praga
Para visitar o Cemitério Judeu de Praga você precisa adquirir uma espécie de ticket combo, que vai autorizar sua entrada no cemitério e também em algumas sinagogas do bairro. Não é possível comprar um ingresso exclusivo para o cemitério, somente esse do combo é vendido.
A visita não é demorada. Existe uma caminho definido para avista, e você deve seguir a direção indicada. Lá dentro existem alguns avisos de que fotos são proibidas. Eu acredito que essa proibição se deva ao fluxo de pessoas que fazem a visita. Para o lugar não ficar muito cheio, é ideal que as pessoas só passem e não parem para fotografar. Durante a minha visita estava bem vazio e confesso que não resisti – acabei fotografando pois o lugar é realmente impressionante.
Visitar um cemitério, ainda mais carregado de tanta história e de uma passagem tão triste, acaba deixando o clima meio diferente. Senti uma sensação muito mais melancólica nessa visita do que pesada – como foi no Campo de Concentração de Dachau, na Alemanha.
Depois da visita ao cemitério eu saí para visitar algumas sinagogas do bairro. Em algumas eu entrei rapidamente, mas fotos lá também eram proibidas, então no máximo tirei uma foto por fora mesmo. O ticket permite visitar cerca de 10 sinagogas, mas eu não fui em todas pois não achei algo tão interessante para o tempo que eu tinha na cidade.
Evite fazer a visita aos sábados, pois alguns locais da visita fecham neste dia da semana.
As principais sinagogas do bairro judaico são:
Sinagoga Velha Nova
Esta é a Sinagoga mais antiga da Europa, datada de 1270. Vale destacar o estilo gótico primitivo da sua arquitetura.
Sinagoga Maisel
Foi construída em 1592 e era local particular, pertencente a Mordecai Maisel, um cortesão judeu e conselheiro de finanças de Rodolfo II. Lá dentro é possível ver objetos tradicionais e religiosos.
Sinagoga Pinkas
Construída entre 1519 e 1535, foi convertida em um memorial das vítimas do holocausto. Lá todas as paredes estão cobertas por nomes de vítimas desta época trágica da história.
Sinagoga Klaus
Datada de 1694, foi construída onde antes era o local de escolas e centros de oração judaicos. Hoje abriga objetos que remetem a vida dos judeus e trajes tradicionais judaicos.
Sinagoga Espanhola
Está é a mais recente das sinagogas e considerada uma das mais bonitas. Construída em 1868, hoje abriga um museu onde se pode ver uma exposição sob a vida dos judeus das últimas décadas.
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