A História da Arte
Desde os primórdios, o homem enquanto ser racional, passou a intervir no seu meio, modificando-o segundo a sua vontade. Ao longo da História, o homem tornou-se o centro da atuação no mundo. Por meio da arte o mesmo viu-se refletido por ele mesmo, como se a obra fosse um espelho da realidade em que vivia. Desse modo, a cada obra que criava, o ser humano deixava uma marca da sua passagem no mundo, e das circunstâncias em que se deu. De períodos calmos a turbulentos, a expressão artística retratou o mais íntimo sentimento do homem na sociedade, fazendo com que a arte estivesse tão ligada a sua existência que ele não poderia viver sem ela, uma vez que ele é o protagonista de tal feito. Assim a História e a Arte se confundem revelando a evolução do homem e das sociedades de modo a uma ser testemunha da outra e assim contribuindo para a compreensão da essência do ser humano.
A Arte na Pré-História
Durante a pré-história, mais precisamente no período paleolítico, o homem utilizou-se da pintura como a forma mais expressiva de comunicação. Uma vez que ainda não tinha desenvolvido a escrita, o homem por meio da retratação do seu dia-a-dia na natureza passou a expressar a sua visão do mundo desenvolvendo o estilo de arte rupestre, onde a característica dessa arte era a utilização de minerais para a fabricação do pigmento. Assim como a pintura, o homem passou a expressar-se a partir da escultura, com a fabricação a partir do barro de jarros e até mesmo figuras humanas. Mais tarde com a técnica do manuseio do bronze e do ferro, o homem passou a fabricar ferramentas como lanças para a caça, que mais tarde passariam a serem usadas como armas.
A Arte no Antigo Egito
O Egito sem dúvida foi o berço da arte da Idade Antiga. Da região do Vale do Nilo, a arte desenvolveu-se nas mais variadas expressões, desde a pintura até a arquitetura. O maior marco da arte egípcia são as pirâmides, que possuíam a função de serem os mausoléus dos faraós. Mais que um túmulo, as pirâmides possuíam todo um simbolismo relacionado com a crença egípcia, desde o formato que aludia a uma escada até o Sol, a suprema divindade, até o seu posicionamento de modo que servisse de meio de ressurreição para o faraó futuramente. Assim como as pirâmides, todas as outras expressões artísticas do Egito Antigo tinham uma função religiosa. A arquitetura era centrada na religião, cujos palácios e templos eram erigidos segundo a tradição religiosa. Os templos e palácios eram decorados com um alto teor religioso. De deuses a faraós, as retratações representadas nas paredes dos palácios e templos seguiam um padrão ritualístico. Os deuses eram representados com um halo acima da cabeça, símbolo da emanação da santidade vinda da divindade principal, o Sol, Rá, semelhante a representação dos santos cristãos. O faraó era representado com as características de Osíris, o Deus da Vida. Com isso a razão de retratar o faraó dessa maneira vinha da vontade de imortalizá-lo entre os deuses. Outro tipo de arte muito difundida no Ocidente vinda do Antigo Egito foi o obelisco, que simbolizava uma pirâmide elevada que apontava para Rá, o Sol. Assim como a escultura, pintura e arquitetura, o Egito desenvolveu uma escrita peculiar, a escrita hieroglífica, cuja característica principal era a de possuir caracteres próprios que também possui conotação altamente religiosa.
A Arte na Mesopotâmia
Na Mesopotâmia desenvolveram-se quatro civilizações: A Suméria, a Caldeia, a Assíria e a Babilônica. Nessas civilizações destacaram-se a escrita, o relevo e a arquitetura. A escrita dessa região era parecida com a egípcia, sendo que em vez de hieróglifos, era em formato cuneiforme. A arquitetura também foi um marco na Mesopotâmia, com seus magníficos palácios. Nesses palácios a maior expressão artística vinha dos relevos. Nesses relevos eram esculpidas cenas da história da Mesopotâmia e seres míticos como grifos e animais alados. O relevo mesopotâmico mais famoso é o Código de Hamurábi, a coletânea das leis babilônicas que estão entalhadas numa pedra. Em cima dela está a representação da divindade suprema dando as tábuas da lei ao rei Hamurábi, semelhante à entrega do Decálogo a Moisés. Com o desenvolvimento do manuseio dos metais, os Babilônicos e Assírios aperfeiçoaram a fabricação de armas produzindo um armamento mais forte como espadas, armaduras e lanças.
A Arte no Oriente
No Oriente desenvolveu-se um estilo de arte peculiar. Na Índia, a arte era influenciada pela religião Hindu, cuja representação de cenas da história e mitologia era freqüente com a retratação dos deuses e demônios hindus. A arquitetura indiana também possuía uma grande expressividade com os seus templos e palácios detalhadamente adornados com esculturas e relevos cheios de simbolismos. Outro marco da arte hindu foi a literatura que revelou a grandeza da filosofia indiana mostrada nos clássicos Bhagavad Gitã, Mahabharata e no Kama Sutra. Na China, a arte estava presente principalmente na arquitetura, cujo traço é reconhecido ao redor do mundo. Passando por templos até palácios, a arte chinesa tinha como característica o elemento zoomórfico, presente em sua mitologia religiosa. Na arquitetura os dois maiores marcos são a Muralha da China e a Cidade Proibida cujos palácios serviam de residência ao imperador. Na escultura, os vasos chineses eram muito valorizados ao redor do mundo. No Japão, a arte foi influenciada pelo Budismo. Na arquitetura, o modelo budista dos templos e mosteiros eram singular. Outra modalidade de arte que floresceu no Japão foi o teatro característico do país. Na escultura, o elemento religioso marcava presença com a retratação da mitologia Budista e Xintoísta.
A Arte na África
No continente africano a arte tinha uma forte característica tribal, cujos elementos remetiam ao dia-a-dia como a fabricação de armas, máscaras de guerra, ou a pintura corporal cujos simbolismos tinham suas bases nas crenças das tribos. Outra característica da arte africana era a representação dos deuses tribais por meio de estátuas de madeira. Mais tarde civilizações como a Ioruba influenciariam a cultura de povos das Américas com suas crenças. Na arquitetura, o apogeu se deu no século XI quando foram erigidos vários palácios na região do Zimbábue contribuindo para o desenvolvimento de várias cidades na região.
A Arte na América Pré-Colombiana
Na América, a maior expressão artística se deu entre os povos da América como os Maias, Astecas e Incas. A maior característica desses povos era a arquitetura. Essas três civilizações desenvolveram cidades tão complexas que na época eram maiores e mais organizadas que muitas cidades européias. A arquitetura tinha sua base na religião. Seus palácios e templos eram ricamente decorados com elementos da mitologia desses povos. A arte dos templos giravam em torno da vida do Deus Quetzalcoatl e das leis da religião. As pirâmides Maias e Astecas possuíam um alto simbolismo astronômico, cujo posicionamento era relacionado com os astros. As cidades, que eram construídas segundo a posição dos templos, possuíam praças e largas avenidas cujo belo paisagismo contrastava com a fechada e estreita arquitetura medieval.
A Arte na Grécia Antiga
Sem dúvida, a expressão artística grega foi a que mais influenciou o desenvolvimento da arte no Ocidente. As duas modalidades de arte mais marcantes na Grécia Antiga são a escultura e a arquitetura. A escultura grega possuía uma peculiaridade, uma vez que seguindo os ensinamentos da filosofia grega, as representações do ser humano eram feitas segundo a ideia da perfeição e do equilíbrio pela simetria. A arte na Grécia assim como em toda a história da humanidade, esteve altamente ligada com a religião, com isso a maioria da sua expressão se dava pela religião, seja pela representação dos deuses, seja pela construção de templos. A arquitetura grega legou ao ocidente elementos como estilos de colunas como o dórico, jônico e corinto assim como outros elementos como o frontão, e o próprio formato das construções, cujo estilo marcou a construção de muitos prédios públicos principalmente no século XIX. As mais famosas construções gregas foram o Templo de Zeus e o Parthenon, o Templo de Atena. Outra modalidade arquitetônica que a Grécia legou ao ocidente foi a estrutura do Teatro, cuja arquitetura inclinada de modo a que todos os espectadores assistissem ao espetáculo influenciaria a construção do Coliseu romano e mais tarde os estádios esportivos.
A Arte na Roma Antiga
A arte romana foi altamente influenciada pela arte grega. Algumas peculiaridades estão presentes na arte romana com por exemplo a escultura que apresenta uma nova modalidade, o busto, que em vez de representar o corpo por inteiro só o representa peito acima. Arte essa muito difundida, principalmente para representar autoridades como senadores e imperadores. A cultura romana prezava muito pela beleza, por isso a arte romana era marcada pelos detalhes. Desde o relevo presente nas armaduras dos oficiais até a decoração das casas romanas, a arte tinha como função engrandecer aquilo que ela representava, seguindo a ideia de grandeza do Império Romano. Outra característica da arte romana foi o mosaico, cuja imagem era formada pela união de pedras coloridas. Esse estilo mais tarde marcaria altamente a arte no Império Bizantino com a representação religiosa. A utilização do mármore na decoração era muito presente e influenciou a sua utilização posteriormente no ocidente como um símbolo de riqueza e ostentação. Na arquitetura, o maior marco é o Coliseu, a arena de combate cujo formato influenciou a construção de estádios mundo afora. Assim como o Coliseu um dos poucos marcos que sobraram foi o Panteão, o Templo a todos os deuses, que após a cristianização da cultura romana, tornou-se a Igreja de Todos os Santos. A arte romana tinha uma função mais política que religiosa cujo foco era a representação dos líderes e figuras históricas de Roma, fazendo com que a sociedade romana valorizasse muito o seu passado.
A Arte no Império Bizantino
Com a ascensão do Império Romano do Oriente, sua cultura teve como característica principal a religião cristã. Futuramente sua influencia iria muito além do Império Bizantino estendendo-se por toda a cultura ocidental e árabe. A arte bizantina tinha como herança a arte romana tendo uma intensa influencia da então organizada religião cristã. Na arquitetura, o marco principal era a Basílica da Divina Sabedoria, Hagia Sophia, na capital Constantinopla. Até a construção da Basílica de São Pedro, Hagia Sophia seria o maior templo cristão do mundo. As principais características dessa Basílica era a sua decoração formada em suma por mosaicos altamente trabalhados representando figuras da religião cristã como o característico “Cristo Pantocrator”, o Cristo Todo Poderoso, figura que marcaria a arte cristã e a utilização maciça do mármore. Outro elemento emprestado da arquitetura romana foi a cúpula, cujo estilo influenciaria a arquitetura ortodoxa. Uma inovação na arte bizantina foi a utilização de ícones, pinturas feitas em madeira representando personagens da religião cristã.
A Arte no Império Islâmico
Com a ascensão do Islã, a arte na Arábia tomou rumos diferentes. Antes do Islã, a cultura árabe tinha uma conotação tribal. A arte girava em torno das divindades cultuadas pelas tribos. A escultura era a modalidade mais expressiva na época. Com o advento do Islã a escultura passou a ser proibida como uma lei religiosa, característica vinda da cultura judaica. O marco desse iconoclastismo foi a destruição dos ídolos feita pelo profeta Mohammed. A partir de então as duas modalidades de arte mais difundidas seriam a arquitetura e a escrita. Na arquitetura o marco são as mesquitas, cujos elementos foram absorvidos da cultura bizantina, após a tomada de Jerusalém e Constantinopla pelos árabes. Características como a cúpula, os arcos e a nave aberta estão presentes em quase todas as mesquitas. Outros elementos arquitetônicos de destaque são o mihrab e o minarete. A diferença entre a Mesquita e as basílicas bizantinas é que trocou-se a pintura do elemento arquitetônico, por questões religiosas, pela caligrafia. Com isso, a ornamentação das mesquitas é feita com a trabalhada caligrafia árabe, muitas vezes sendo transcrições do Corão. Por ser o centro da crença islâmica, o livro sagrado, o Corão, é por si só uma expressão da arte muçulmana. Da capa até a última página, o livro é todo trabalhado de modo a ser sagrado somente ao ser visualizado. Embora seja proibida por questões religiosas, a pintura não foi esquecida pela cultura árabe, sendo muita das suas representações feitas com temas religiosos com a representação do profeta Mohammed, que por questões canônicas sempre é representado com o rosto coberto a fim de evitar a idolatria.
A Arte na Idade Média
Com a consolidação do poder da Igreja na Idade Média, a arte seria marcada pelo forte elemento religioso. Desde da arquitetura até a pintura, o tema roda em torno da vida religiosa. O apogeu da arquitetura se deu na Alta Idade Média onde as catedrais se tornavam cada vez maiores. O estilo Gótico foi o mais expressivo cuja a grandeza e ostentação simbolizavam o poder e autoridade da Igreja. Elementos como a abside, a nave longa, a rosácea, a abobada e os arcos estão presentes na maioria das catedrais medievais. Outro estilo que marcou a Idade Média foi o Românico, cujas características vinham da arquitetura Bizantina como as janelas em arco, as naves abertas lembravam muito os prédios da época em Jerusalém. A construção de fortalezas era também presente, uma vez que cada feudo vivia em constante conflito com outros, as fortalezas sempre eram necessárias. Desse modo tanto a morada dos reis quanto os mosteiros tinham uma função de proteção. Na pintura predominava a representação religiosa. O foco era a simples retratação da vida e principalmente da morte dos santos, como um fator de purgação dos pecados. A gravura possuía também a função de retratar o dia-a-dia da vida na sociedade feudal. Com isso era frequente a representação da nobreza e até mesmo de camponeses. Outro tipo de arte desenvolvida na Idade Média foi o vitral, técnica que formava imagens a partir da combinação de vidros coloridos. Com a assolação da Peste Negra pela Europa, criou-se um tom apocalíptico na arte, onde a expressão se dava por temas mais sombrios como a morte e a retratação de cenas macabras do fim do mundo segundo o pensamento cristão medieval.
A Arte na Renascença
Com o Renascimento, há uma ruptura com o modelo de arte medieval. Em vez do frio e simples estilo medieval, agora a arte passa a ser moldada segundo os princípios da estética Greco-Romana. O Renascimento começa a tomar forma com o surgimento de Giotto e Boccaccio. Diferentemente da arte medieval. Esse novo estilo tinha como característica a perspectiva que mais tarde seria altamente explorada pela pintura. Os temas continuam a ser religiosos, entretanto cada vez mais os personagens são retratados como sendo mais humanos. Essa expressividade humanista toma forma definitivamente com os mestres da época. Da arquitetura à escultura, o Renascimento é um marco na História da Arte. Na arquitetura as maiores realizações foram a construção da Catedral de Florença e o Vaticano. A cúpula voltou a ser uma característica da arquitetura religiosa, onde a cúpula da Basílica de São Pedro ultrapassou a da Basílica de Hagia Sophia em Constantinopla. Outro elemento arquitetônico era a utilização de formas geométricas como o quadrado, retângulo e a elipse como é visto na Praça de São Pedro no Vaticano. Com a retomada da cultura grego-romana, um elemento presente na arquitetura renascentista era a utilização de obeliscos nas praças, que serviam de demarcação de territórios religiosos com a colocação de uma cruz no topo do obelisco. Os maiores representantes da arquitetura renascentista foram Michelangelo e Bernini. Na escultura, ouve uma retomada dos padrões clássicos com a valorização da técnica da perfeição do corpo. Contrariando a moral cristã medieval, retomou-se o gênero nu representando até mesmo figuras religiosas nuas como o clássico “Davi” de Michelangelo. Na pintura destacaram-se vários mestres desde Da Vinci até Rafael. Valorizando o ser humano como a medida ideal das coisas, a pintura mostrava cada vez mais um ser humano perfeito com traços cada vez mais realistas como as Madonas de Rafael, até o misterioso sorriso da Mona Lisa de Da Vinci. Outros artistas que se destacaram na época foram Botticelli, El Greco, Mantegna, dentre outros. A promoção da arte no Renascimento foi patrocinada principalmente por nobres e pela Igreja, que via no Renascimento uma maneira de reerguer-se após a crise do fim da Idade Média.
A Arte no Barroco
Com a chegada da Idade Moderna há um alinhamento entre o período histórico e as expressões artísticas. Como é visto nas obras dessa época, o foco principal se dá no barroco, estilo que marca não só a arte na Europa mas principalmente a arte no Brasil. Num período tão tenso envolvendo a Reforma e Contra-Reforma, descoberta de novos territórios e a expansão do conhecimento no campo científico, a arte se mostra em conflito onde a pintura é a expressão mais destacada com a introdução da perspectiva e da sombra como um elemento realístico. Os personagens se tornam mais reais levando para a obra suas emoções. A riqueza de detalhes é impressionante assim como a grandeza das obras. Na pintura destacaram-se nomes como Rubens, Caravaggio, e Rembrandt. A música tem um grande destaque na época do barroco onde as composições com ondulações e contrastes de tempos intensos e suaves revela a ideia de conflito na época. Vários compositores se consagraram na época como Bach, Haendel, Vivaldi. No Brasil o barroco se destacou na arquitetura e na escultura. Na arquitetura as igrejas se mostravam cada vez mais elaboradas com altares cada vez mais ostentadores e templos cada vez mais trabalhados. Com a mineração cada vez mais há a utilização do ouro nas obras, a ponto de igrejas e altares serem totalmente decorados com o metal. Na escultura há uma transposição da filosofia barroca à realidade. As imagens sacras são retratadas com um impressionante realismo a ponto de exprimirem o sofrimento que desejavam seus autores, para com isso passar o sofrimento dos santos às pessoas. O auge da riqueza da colônia verifica-se principalmente em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
A Arte no Neo-Classicismo
O Classicismo foi uma tentativa de retomada dos padrões iniciados pelo Renascimento, opondo-se veemente à filosofia barroca. Situado na época das revoluções científicas e filosóficas como o Iluminismo, o Classicismo busca uma arte centrada na razão. Os temas giram novamente em torno da cultura Greco-Romana, tomando uma forma mais academicista. O padrão de construção Greco-Romana é retomado assim como seus elementos arquitetônicos. Na música, há uma evolução nas composições, onde as sinfonias são o marco musical da época. Vários artistas se consagram como Mozart e Beethoven.
A Arte no Romantismo
Com a consolidação de Revoluções como a Francesa e a Americana assim como a chegada de Napoleão ao poder, percebe-se uma estética voltada para o nacionalismo, a exaltação da pátria e do seu líder. A conquista e a vitória são os temas principais o que se percebe tanto na pintura quanto na escultura onde as obras tomam proporções de grandeza. A pintura também se torna reflexiva levando os temas a também refletirem a angústia da vida. Na pintura o maior destaque é Goya. Na música também há uma introspecção quando troca-se a intensidade das sinfonias pela suavidade das sonatas e das valsas. Os maiores destaques da época são Chopin, Schubert, Brahms, Tchaikovsky e Liszt.
A Arte no Realismo e Naturalismo
Após o Romantismo houve novamente uma tentativa de fusão da arte com ciência daquela época. Indo desde as ideias desenvolvidas na filosofia até as descobertas da biologia, a arte passou a retratar cada vez mais a realidade atendo-se a coisas do dia-a-dia. Há uma valorização da simplicidade e de novos estilos como vistos nos pintores Manet, Van Gogh, Millet. Na literatura destacam-se principalmente no Brasil Machado de Assis, Raul Pompéia e Aluízio Azevedo.
A Arte no Modernismo
Com o fim do século XIX e a chegada do século XX, há uma total ruptura dos padrões estéticos anteriores, onde busca-se uma renovação total na maneira de se fazer arte. Numa época turbulenta anunciando vários conflitos como guerras civis e a 1ª Guerra Mundial, a arte toma um viés de expressão original, onde o artista passa a exprimir tudo o que ele sente da maneira como lhe convém. Desse modo aparecem várias correntes como o Expressionismo, onde o artista exprime suas emoções por meio da sua obra. O Impressionismo, que tenta captar o movimento colocando-o na obra. Surrealismo que tomando por base as concepções psicanalistas de Sigmund Freud, passa para a obra a essência do subconsciente do homem. O Cubismo, que por meio da utilização de formas geométricas a obra toma a forma que o artista deseja. E por fim, o Dadaísmo, que influenciado pelos conflitos da 1ª Guerra Mundial, tenta chocar o público com obras que não tem sentido nenhum, assim como a guerra. Nesse início do século XX, vários artistas se consagram como Salvador Dalí, Frida Kahlo, Pablo Picasso, Claude Monet, Edgar Degas, dentre outros. Na arquitetura moderna, houve um total rompimento com as tendências ortodoxas, quando ao invés de valorizar-se a rígida estética de traços lineares, passou a dar-se valor às formas arredondadas e às curvas. Os maiores nomes da arquitetura moderna são Antoni Gaudí e Oscar Niemeyer. No Brasil o Modernismo destaca-se principalmente na literatura quando surgem vários nomes consagrados como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, dentre outros. Na pintura destacam-se Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O marco da introdução do Modernismo no Brasil foi a realização da Semana de Arte Moderna em 1922 em São Paulo.
A Arte no Pós-Modernismo
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a arte toma um novo rumo onde ela determina a sua independência por completo dos antigos padrões estéticos. O foco da expressão artística agora está na sociedade contemporânea, onde ela passa a andar lado a lado com o “sistema”. No começo dos anos 60 estabeleceu-se a chamada “Pop Art” que tinha a função de seguir as tendências da cultura de massa estabelecidas na sociedade consumista da época. Cada vez mais há uma valorização da utilização de materiais alternativos e recentemente de materiais orgânicos como um novo meio de expressão. Outro gênero que passou a ser valorizado foi o da fotografia, onde as concepções de cada artista sobre a realidade davam mais valor à obra, desse modo também, criando vários gêneros do tipo. Na arquitetura, os traços agora são mais livres e as formas cada vez mais soltas, muitas vezes contrastando umas com as outras. Há um forte jogo de cores e preza-se muito por ambientes mais abertos.
A arte está ligada diretamente à História, mais precisamente ligada diretamente ao ser humano, que por meio da arte, expressa suas emoções e a maneira como ele vê a sua realidade. Cada período da arte revela um período da História, assim como revela seus conflitos, suas conquistas. Revela também a capacidade criativa do homem enquanto ser racional, produzindo obras cada vez mais fantásticas. Da simples pintura rupestre até o colossal arranha-céus de Dubai, o ser humano mostra que a arte faz o homem superar-se a cada dia. Seja nas suas esperanças, seja nas suas crenças. No campo da crença, a arte também se mostra ligada à fé. Indo desde a convicção até a dúvida, o homem demonstra sua fé pela arte. De deuses a demônios, essas figuras povoaram e ainda povoam a mente do ser humano de modo que a cada reflexão a cerca da sua crença, o mesmo a molde pela expressão artística, desde um simples símbolo, até a mais complexa retratação do divino. A arte é mais do que uma expressão do homem ao longo da História. É a tradução mais perfeita da essência humana, essência essa que é revelada não por um ponto de vista externo, mas pela criação do próprio homem, onde de criatura ele se torna criador. Criador de uma expressão única chamada arte. E desse modo, o homem cria sua cultura, reflexo do que ele pensa, vê e sente. Com isso criando não uma cultura particular, mas uma cultura global. A cultura da humanidade.
A Arte na Pré-História
Durante a pré-história, mais precisamente no período paleolítico, o homem utilizou-se da pintura como a forma mais expressiva de comunicação. Uma vez que ainda não tinha desenvolvido a escrita, o homem por meio da retratação do seu dia-a-dia na natureza passou a expressar a sua visão do mundo desenvolvendo o estilo de arte rupestre, onde a característica dessa arte era a utilização de minerais para a fabricação do pigmento. Assim como a pintura, o homem passou a expressar-se a partir da escultura, com a fabricação a partir do barro de jarros e até mesmo figuras humanas. Mais tarde com a técnica do manuseio do bronze e do ferro, o homem passou a fabricar ferramentas como lanças para a caça, que mais tarde passariam a serem usadas como armas.
A Arte no Antigo Egito
O Egito sem dúvida foi o berço da arte da Idade Antiga. Da região do Vale do Nilo, a arte desenvolveu-se nas mais variadas expressões, desde a pintura até a arquitetura. O maior marco da arte egípcia são as pirâmides, que possuíam a função de serem os mausoléus dos faraós. Mais que um túmulo, as pirâmides possuíam todo um simbolismo relacionado com a crença egípcia, desde o formato que aludia a uma escada até o Sol, a suprema divindade, até o seu posicionamento de modo que servisse de meio de ressurreição para o faraó futuramente. Assim como as pirâmides, todas as outras expressões artísticas do Egito Antigo tinham uma função religiosa. A arquitetura era centrada na religião, cujos palácios e templos eram erigidos segundo a tradição religiosa. Os templos e palácios eram decorados com um alto teor religioso. De deuses a faraós, as retratações representadas nas paredes dos palácios e templos seguiam um padrão ritualístico. Os deuses eram representados com um halo acima da cabeça, símbolo da emanação da santidade vinda da divindade principal, o Sol, Rá, semelhante a representação dos santos cristãos. O faraó era representado com as características de Osíris, o Deus da Vida. Com isso a razão de retratar o faraó dessa maneira vinha da vontade de imortalizá-lo entre os deuses. Outro tipo de arte muito difundida no Ocidente vinda do Antigo Egito foi o obelisco, que simbolizava uma pirâmide elevada que apontava para Rá, o Sol. Assim como a escultura, pintura e arquitetura, o Egito desenvolveu uma escrita peculiar, a escrita hieroglífica, cuja característica principal era a de possuir caracteres próprios que também possui conotação altamente religiosa.
A Arte na Mesopotâmia
Na Mesopotâmia desenvolveram-se quatro civilizações: A Suméria, a Caldeia, a Assíria e a Babilônica. Nessas civilizações destacaram-se a escrita, o relevo e a arquitetura. A escrita dessa região era parecida com a egípcia, sendo que em vez de hieróglifos, era em formato cuneiforme. A arquitetura também foi um marco na Mesopotâmia, com seus magníficos palácios. Nesses palácios a maior expressão artística vinha dos relevos. Nesses relevos eram esculpidas cenas da história da Mesopotâmia e seres míticos como grifos e animais alados. O relevo mesopotâmico mais famoso é o Código de Hamurábi, a coletânea das leis babilônicas que estão entalhadas numa pedra. Em cima dela está a representação da divindade suprema dando as tábuas da lei ao rei Hamurábi, semelhante à entrega do Decálogo a Moisés. Com o desenvolvimento do manuseio dos metais, os Babilônicos e Assírios aperfeiçoaram a fabricação de armas produzindo um armamento mais forte como espadas, armaduras e lanças.
A Arte no Oriente
No Oriente desenvolveu-se um estilo de arte peculiar. Na Índia, a arte era influenciada pela religião Hindu, cuja representação de cenas da história e mitologia era freqüente com a retratação dos deuses e demônios hindus. A arquitetura indiana também possuía uma grande expressividade com os seus templos e palácios detalhadamente adornados com esculturas e relevos cheios de simbolismos. Outro marco da arte hindu foi a literatura que revelou a grandeza da filosofia indiana mostrada nos clássicos Bhagavad Gitã, Mahabharata e no Kama Sutra. Na China, a arte estava presente principalmente na arquitetura, cujo traço é reconhecido ao redor do mundo. Passando por templos até palácios, a arte chinesa tinha como característica o elemento zoomórfico, presente em sua mitologia religiosa. Na arquitetura os dois maiores marcos são a Muralha da China e a Cidade Proibida cujos palácios serviam de residência ao imperador. Na escultura, os vasos chineses eram muito valorizados ao redor do mundo. No Japão, a arte foi influenciada pelo Budismo. Na arquitetura, o modelo budista dos templos e mosteiros eram singular. Outra modalidade de arte que floresceu no Japão foi o teatro característico do país. Na escultura, o elemento religioso marcava presença com a retratação da mitologia Budista e Xintoísta.
A Arte na África
No continente africano a arte tinha uma forte característica tribal, cujos elementos remetiam ao dia-a-dia como a fabricação de armas, máscaras de guerra, ou a pintura corporal cujos simbolismos tinham suas bases nas crenças das tribos. Outra característica da arte africana era a representação dos deuses tribais por meio de estátuas de madeira. Mais tarde civilizações como a Ioruba influenciariam a cultura de povos das Américas com suas crenças. Na arquitetura, o apogeu se deu no século XI quando foram erigidos vários palácios na região do Zimbábue contribuindo para o desenvolvimento de várias cidades na região.
A Arte na América Pré-Colombiana
Na América, a maior expressão artística se deu entre os povos da América como os Maias, Astecas e Incas. A maior característica desses povos era a arquitetura. Essas três civilizações desenvolveram cidades tão complexas que na época eram maiores e mais organizadas que muitas cidades européias. A arquitetura tinha sua base na religião. Seus palácios e templos eram ricamente decorados com elementos da mitologia desses povos. A arte dos templos giravam em torno da vida do Deus Quetzalcoatl e das leis da religião. As pirâmides Maias e Astecas possuíam um alto simbolismo astronômico, cujo posicionamento era relacionado com os astros. As cidades, que eram construídas segundo a posição dos templos, possuíam praças e largas avenidas cujo belo paisagismo contrastava com a fechada e estreita arquitetura medieval.
A Arte na Grécia Antiga
Sem dúvida, a expressão artística grega foi a que mais influenciou o desenvolvimento da arte no Ocidente. As duas modalidades de arte mais marcantes na Grécia Antiga são a escultura e a arquitetura. A escultura grega possuía uma peculiaridade, uma vez que seguindo os ensinamentos da filosofia grega, as representações do ser humano eram feitas segundo a ideia da perfeição e do equilíbrio pela simetria. A arte na Grécia assim como em toda a história da humanidade, esteve altamente ligada com a religião, com isso a maioria da sua expressão se dava pela religião, seja pela representação dos deuses, seja pela construção de templos. A arquitetura grega legou ao ocidente elementos como estilos de colunas como o dórico, jônico e corinto assim como outros elementos como o frontão, e o próprio formato das construções, cujo estilo marcou a construção de muitos prédios públicos principalmente no século XIX. As mais famosas construções gregas foram o Templo de Zeus e o Parthenon, o Templo de Atena. Outra modalidade arquitetônica que a Grécia legou ao ocidente foi a estrutura do Teatro, cuja arquitetura inclinada de modo a que todos os espectadores assistissem ao espetáculo influenciaria a construção do Coliseu romano e mais tarde os estádios esportivos.
A Arte na Roma Antiga
A arte romana foi altamente influenciada pela arte grega. Algumas peculiaridades estão presentes na arte romana com por exemplo a escultura que apresenta uma nova modalidade, o busto, que em vez de representar o corpo por inteiro só o representa peito acima. Arte essa muito difundida, principalmente para representar autoridades como senadores e imperadores. A cultura romana prezava muito pela beleza, por isso a arte romana era marcada pelos detalhes. Desde o relevo presente nas armaduras dos oficiais até a decoração das casas romanas, a arte tinha como função engrandecer aquilo que ela representava, seguindo a ideia de grandeza do Império Romano. Outra característica da arte romana foi o mosaico, cuja imagem era formada pela união de pedras coloridas. Esse estilo mais tarde marcaria altamente a arte no Império Bizantino com a representação religiosa. A utilização do mármore na decoração era muito presente e influenciou a sua utilização posteriormente no ocidente como um símbolo de riqueza e ostentação. Na arquitetura, o maior marco é o Coliseu, a arena de combate cujo formato influenciou a construção de estádios mundo afora. Assim como o Coliseu um dos poucos marcos que sobraram foi o Panteão, o Templo a todos os deuses, que após a cristianização da cultura romana, tornou-se a Igreja de Todos os Santos. A arte romana tinha uma função mais política que religiosa cujo foco era a representação dos líderes e figuras históricas de Roma, fazendo com que a sociedade romana valorizasse muito o seu passado.
A Arte no Império Bizantino
Com a ascensão do Império Romano do Oriente, sua cultura teve como característica principal a religião cristã. Futuramente sua influencia iria muito além do Império Bizantino estendendo-se por toda a cultura ocidental e árabe. A arte bizantina tinha como herança a arte romana tendo uma intensa influencia da então organizada religião cristã. Na arquitetura, o marco principal era a Basílica da Divina Sabedoria, Hagia Sophia, na capital Constantinopla. Até a construção da Basílica de São Pedro, Hagia Sophia seria o maior templo cristão do mundo. As principais características dessa Basílica era a sua decoração formada em suma por mosaicos altamente trabalhados representando figuras da religião cristã como o característico “Cristo Pantocrator”, o Cristo Todo Poderoso, figura que marcaria a arte cristã e a utilização maciça do mármore. Outro elemento emprestado da arquitetura romana foi a cúpula, cujo estilo influenciaria a arquitetura ortodoxa. Uma inovação na arte bizantina foi a utilização de ícones, pinturas feitas em madeira representando personagens da religião cristã.
A Arte no Império Islâmico
Com a ascensão do Islã, a arte na Arábia tomou rumos diferentes. Antes do Islã, a cultura árabe tinha uma conotação tribal. A arte girava em torno das divindades cultuadas pelas tribos. A escultura era a modalidade mais expressiva na época. Com o advento do Islã a escultura passou a ser proibida como uma lei religiosa, característica vinda da cultura judaica. O marco desse iconoclastismo foi a destruição dos ídolos feita pelo profeta Mohammed. A partir de então as duas modalidades de arte mais difundidas seriam a arquitetura e a escrita. Na arquitetura o marco são as mesquitas, cujos elementos foram absorvidos da cultura bizantina, após a tomada de Jerusalém e Constantinopla pelos árabes. Características como a cúpula, os arcos e a nave aberta estão presentes em quase todas as mesquitas. Outros elementos arquitetônicos de destaque são o mihrab e o minarete. A diferença entre a Mesquita e as basílicas bizantinas é que trocou-se a pintura do elemento arquitetônico, por questões religiosas, pela caligrafia. Com isso, a ornamentação das mesquitas é feita com a trabalhada caligrafia árabe, muitas vezes sendo transcrições do Corão. Por ser o centro da crença islâmica, o livro sagrado, o Corão, é por si só uma expressão da arte muçulmana. Da capa até a última página, o livro é todo trabalhado de modo a ser sagrado somente ao ser visualizado. Embora seja proibida por questões religiosas, a pintura não foi esquecida pela cultura árabe, sendo muita das suas representações feitas com temas religiosos com a representação do profeta Mohammed, que por questões canônicas sempre é representado com o rosto coberto a fim de evitar a idolatria.
A Arte na Idade Média
Com a consolidação do poder da Igreja na Idade Média, a arte seria marcada pelo forte elemento religioso. Desde da arquitetura até a pintura, o tema roda em torno da vida religiosa. O apogeu da arquitetura se deu na Alta Idade Média onde as catedrais se tornavam cada vez maiores. O estilo Gótico foi o mais expressivo cuja a grandeza e ostentação simbolizavam o poder e autoridade da Igreja. Elementos como a abside, a nave longa, a rosácea, a abobada e os arcos estão presentes na maioria das catedrais medievais. Outro estilo que marcou a Idade Média foi o Românico, cujas características vinham da arquitetura Bizantina como as janelas em arco, as naves abertas lembravam muito os prédios da época em Jerusalém. A construção de fortalezas era também presente, uma vez que cada feudo vivia em constante conflito com outros, as fortalezas sempre eram necessárias. Desse modo tanto a morada dos reis quanto os mosteiros tinham uma função de proteção. Na pintura predominava a representação religiosa. O foco era a simples retratação da vida e principalmente da morte dos santos, como um fator de purgação dos pecados. A gravura possuía também a função de retratar o dia-a-dia da vida na sociedade feudal. Com isso era frequente a representação da nobreza e até mesmo de camponeses. Outro tipo de arte desenvolvida na Idade Média foi o vitral, técnica que formava imagens a partir da combinação de vidros coloridos. Com a assolação da Peste Negra pela Europa, criou-se um tom apocalíptico na arte, onde a expressão se dava por temas mais sombrios como a morte e a retratação de cenas macabras do fim do mundo segundo o pensamento cristão medieval.
A Arte na Renascença
Com o Renascimento, há uma ruptura com o modelo de arte medieval. Em vez do frio e simples estilo medieval, agora a arte passa a ser moldada segundo os princípios da estética Greco-Romana. O Renascimento começa a tomar forma com o surgimento de Giotto e Boccaccio. Diferentemente da arte medieval. Esse novo estilo tinha como característica a perspectiva que mais tarde seria altamente explorada pela pintura. Os temas continuam a ser religiosos, entretanto cada vez mais os personagens são retratados como sendo mais humanos. Essa expressividade humanista toma forma definitivamente com os mestres da época. Da arquitetura à escultura, o Renascimento é um marco na História da Arte. Na arquitetura as maiores realizações foram a construção da Catedral de Florença e o Vaticano. A cúpula voltou a ser uma característica da arquitetura religiosa, onde a cúpula da Basílica de São Pedro ultrapassou a da Basílica de Hagia Sophia em Constantinopla. Outro elemento arquitetônico era a utilização de formas geométricas como o quadrado, retângulo e a elipse como é visto na Praça de São Pedro no Vaticano. Com a retomada da cultura grego-romana, um elemento presente na arquitetura renascentista era a utilização de obeliscos nas praças, que serviam de demarcação de territórios religiosos com a colocação de uma cruz no topo do obelisco. Os maiores representantes da arquitetura renascentista foram Michelangelo e Bernini. Na escultura, ouve uma retomada dos padrões clássicos com a valorização da técnica da perfeição do corpo. Contrariando a moral cristã medieval, retomou-se o gênero nu representando até mesmo figuras religiosas nuas como o clássico “Davi” de Michelangelo. Na pintura destacaram-se vários mestres desde Da Vinci até Rafael. Valorizando o ser humano como a medida ideal das coisas, a pintura mostrava cada vez mais um ser humano perfeito com traços cada vez mais realistas como as Madonas de Rafael, até o misterioso sorriso da Mona Lisa de Da Vinci. Outros artistas que se destacaram na época foram Botticelli, El Greco, Mantegna, dentre outros. A promoção da arte no Renascimento foi patrocinada principalmente por nobres e pela Igreja, que via no Renascimento uma maneira de reerguer-se após a crise do fim da Idade Média.
A Arte no Barroco
Com a chegada da Idade Moderna há um alinhamento entre o período histórico e as expressões artísticas. Como é visto nas obras dessa época, o foco principal se dá no barroco, estilo que marca não só a arte na Europa mas principalmente a arte no Brasil. Num período tão tenso envolvendo a Reforma e Contra-Reforma, descoberta de novos territórios e a expansão do conhecimento no campo científico, a arte se mostra em conflito onde a pintura é a expressão mais destacada com a introdução da perspectiva e da sombra como um elemento realístico. Os personagens se tornam mais reais levando para a obra suas emoções. A riqueza de detalhes é impressionante assim como a grandeza das obras. Na pintura destacaram-se nomes como Rubens, Caravaggio, e Rembrandt. A música tem um grande destaque na época do barroco onde as composições com ondulações e contrastes de tempos intensos e suaves revela a ideia de conflito na época. Vários compositores se consagraram na época como Bach, Haendel, Vivaldi. No Brasil o barroco se destacou na arquitetura e na escultura. Na arquitetura as igrejas se mostravam cada vez mais elaboradas com altares cada vez mais ostentadores e templos cada vez mais trabalhados. Com a mineração cada vez mais há a utilização do ouro nas obras, a ponto de igrejas e altares serem totalmente decorados com o metal. Na escultura há uma transposição da filosofia barroca à realidade. As imagens sacras são retratadas com um impressionante realismo a ponto de exprimirem o sofrimento que desejavam seus autores, para com isso passar o sofrimento dos santos às pessoas. O auge da riqueza da colônia verifica-se principalmente em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
A Arte no Neo-Classicismo
O Classicismo foi uma tentativa de retomada dos padrões iniciados pelo Renascimento, opondo-se veemente à filosofia barroca. Situado na época das revoluções científicas e filosóficas como o Iluminismo, o Classicismo busca uma arte centrada na razão. Os temas giram novamente em torno da cultura Greco-Romana, tomando uma forma mais academicista. O padrão de construção Greco-Romana é retomado assim como seus elementos arquitetônicos. Na música, há uma evolução nas composições, onde as sinfonias são o marco musical da época. Vários artistas se consagram como Mozart e Beethoven.
A Arte no Romantismo
Com a consolidação de Revoluções como a Francesa e a Americana assim como a chegada de Napoleão ao poder, percebe-se uma estética voltada para o nacionalismo, a exaltação da pátria e do seu líder. A conquista e a vitória são os temas principais o que se percebe tanto na pintura quanto na escultura onde as obras tomam proporções de grandeza. A pintura também se torna reflexiva levando os temas a também refletirem a angústia da vida. Na pintura o maior destaque é Goya. Na música também há uma introspecção quando troca-se a intensidade das sinfonias pela suavidade das sonatas e das valsas. Os maiores destaques da época são Chopin, Schubert, Brahms, Tchaikovsky e Liszt.
A Arte no Realismo e Naturalismo
Após o Romantismo houve novamente uma tentativa de fusão da arte com ciência daquela época. Indo desde as ideias desenvolvidas na filosofia até as descobertas da biologia, a arte passou a retratar cada vez mais a realidade atendo-se a coisas do dia-a-dia. Há uma valorização da simplicidade e de novos estilos como vistos nos pintores Manet, Van Gogh, Millet. Na literatura destacam-se principalmente no Brasil Machado de Assis, Raul Pompéia e Aluízio Azevedo.
A Arte no Modernismo
Com o fim do século XIX e a chegada do século XX, há uma total ruptura dos padrões estéticos anteriores, onde busca-se uma renovação total na maneira de se fazer arte. Numa época turbulenta anunciando vários conflitos como guerras civis e a 1ª Guerra Mundial, a arte toma um viés de expressão original, onde o artista passa a exprimir tudo o que ele sente da maneira como lhe convém. Desse modo aparecem várias correntes como o Expressionismo, onde o artista exprime suas emoções por meio da sua obra. O Impressionismo, que tenta captar o movimento colocando-o na obra. Surrealismo que tomando por base as concepções psicanalistas de Sigmund Freud, passa para a obra a essência do subconsciente do homem. O Cubismo, que por meio da utilização de formas geométricas a obra toma a forma que o artista deseja. E por fim, o Dadaísmo, que influenciado pelos conflitos da 1ª Guerra Mundial, tenta chocar o público com obras que não tem sentido nenhum, assim como a guerra. Nesse início do século XX, vários artistas se consagram como Salvador Dalí, Frida Kahlo, Pablo Picasso, Claude Monet, Edgar Degas, dentre outros. Na arquitetura moderna, houve um total rompimento com as tendências ortodoxas, quando ao invés de valorizar-se a rígida estética de traços lineares, passou a dar-se valor às formas arredondadas e às curvas. Os maiores nomes da arquitetura moderna são Antoni Gaudí e Oscar Niemeyer. No Brasil o Modernismo destaca-se principalmente na literatura quando surgem vários nomes consagrados como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, dentre outros. Na pintura destacam-se Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O marco da introdução do Modernismo no Brasil foi a realização da Semana de Arte Moderna em 1922 em São Paulo.
A Arte no Pós-Modernismo
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a arte toma um novo rumo onde ela determina a sua independência por completo dos antigos padrões estéticos. O foco da expressão artística agora está na sociedade contemporânea, onde ela passa a andar lado a lado com o “sistema”. No começo dos anos 60 estabeleceu-se a chamada “Pop Art” que tinha a função de seguir as tendências da cultura de massa estabelecidas na sociedade consumista da época. Cada vez mais há uma valorização da utilização de materiais alternativos e recentemente de materiais orgânicos como um novo meio de expressão. Outro gênero que passou a ser valorizado foi o da fotografia, onde as concepções de cada artista sobre a realidade davam mais valor à obra, desse modo também, criando vários gêneros do tipo. Na arquitetura, os traços agora são mais livres e as formas cada vez mais soltas, muitas vezes contrastando umas com as outras. Há um forte jogo de cores e preza-se muito por ambientes mais abertos.
A arte está ligada diretamente à História, mais precisamente ligada diretamente ao ser humano, que por meio da arte, expressa suas emoções e a maneira como ele vê a sua realidade. Cada período da arte revela um período da História, assim como revela seus conflitos, suas conquistas. Revela também a capacidade criativa do homem enquanto ser racional, produzindo obras cada vez mais fantásticas. Da simples pintura rupestre até o colossal arranha-céus de Dubai, o ser humano mostra que a arte faz o homem superar-se a cada dia. Seja nas suas esperanças, seja nas suas crenças. No campo da crença, a arte também se mostra ligada à fé. Indo desde a convicção até a dúvida, o homem demonstra sua fé pela arte. De deuses a demônios, essas figuras povoaram e ainda povoam a mente do ser humano de modo que a cada reflexão a cerca da sua crença, o mesmo a molde pela expressão artística, desde um simples símbolo, até a mais complexa retratação do divino. A arte é mais do que uma expressão do homem ao longo da História. É a tradução mais perfeita da essência humana, essência essa que é revelada não por um ponto de vista externo, mas pela criação do próprio homem, onde de criatura ele se torna criador. Criador de uma expressão única chamada arte. E desse modo, o homem cria sua cultura, reflexo do que ele pensa, vê e sente. Com isso criando não uma cultura particular, mas uma cultura global. A cultura da humanidade.
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