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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Cavaco em todo o seu esplendor photo Cavaco_zps2fa37567.jpg Aos poucos os portugueses vão-se habituando à ideia, uma coisa eram os Presidentes da República que até aqui tinham tido e outra é o senhor Cavaco Silva. Aqueles que ainda viam na Presidência da República o último reduto da defesa da Constituição perceberam agora que com a direita em Belém e em São Bento o regime político português volta ao velho sistema em que há um presidente do conselho que tudo decide e a quem as outras figuras e instituições do Estado devem obedecer.

Cavaco em todo o seu esplendor

 photo Cavaco_zps2fa37567.jpg

Aos poucos os portugueses vão-se habituando à ideia, uma coisa eram os Presidentes da República que até aqui tinham tido e outra é o senhor Cavaco Silva. Aqueles que ainda viam na Presidência da República o último reduto da defesa da Constituição perceberam agora que com a direita em Belém e em São Bento o regime político português volta ao velho sistema em que há um presidente do conselho que tudo decide e a quem as outras figuras e instituições do Estado devem obedecer.
  
Cavaco Silva não podia ter sido mais claro, ao chamar a atenção dos portugueses para o facto de ainda viverem em democracia apesar da austeridade, isto é, ao aprovar de olhos fechados a duplicação da austeridade Cavaco sugeriu que deveríamos estar felizes por ainda podermos falar em público sem irmos presos. Isto é, o grande valor que lhe devemos não é o respeito de todos os princípios constitucionais que regem a democracia mas apenas aqueles que ele entende não deverem ser ignorados apesar da austeridade.
  
O político que beneficiava de uma ficha muito simpática da PIDE e que sempre foi alérgico aos cravos vem agora usar o 25 de Abril no seu discurso sugerindo aos portugueses que lhe devem estar gratos porque vivem em democracia. O que Cavaco acabou de fazer foi dizer aos partidos, aos tribunais e aos portugueses o que a direita sempre disse que o bom do 25 de Abril foi a democracia, tudo o que veio depois era dispensável. E tudo o que veio depois foram as regras dessa democracia, foi a Constituição aprovada e sucessivamente revista por mais de dois terços dos deputados.
  
Cavaco ignorou ostensivamente o discurso da defesa da Constituição e em vez disso optou pelo discurso da democracia, como se para defender a democracia os portugueses algumas vez precisaram da sua personagem. Na hora de defender a democracia do seu governo os portugueses nunca precisarão nem dele nem da dona Maria, nesse dia Cavaco pouco mais fará do que refugiar-se na Quinta da Coelho onde estão alguns dos que montaram o BPN para roubar o país.
  
O discurso de Cavaco teve uma virtude, Cavaco sentiu a necessidade de mostrar-se aos portugueses em todo o seu esplendor, agora muitos do que o escolheram para Presidente da República sabem quem têm em Belém e o que podem espera dele. Ows portugueses escolheram um presidente sobre a opinião acerca da constitucionalidade das normas do OE, decidiu com base nos pareceres que encomendou. Resta saber qual o critério seguido na escolha dos autores dos pareceres, provavelmente foram contratados os mesmos que o governo costuma contratar quando tenta convencer os juízes do Constitucional. Quanto gastará a Presidência da República em pareceres?

Resta apenas perguntar a Cavaco Silva no que é que os perigosos "interesses partidários" estão em conflito com os interesses dos portugueses? Estar-se-á a referir aos que usaram as relações partidárias para roubar o país sob as mais diversas formas através da criação do BPN? Só pode ser isso, só mesmo a seita que ganhou dinheiro fácil recorrendo aos mais diversos esquemas do BPN ou da SLN pode agora vir lançar suspeitas sobre os interesses partidários e dessa forma denegrir a democracia. Há por aí quem atrás de algumas cortinas partidárias tenha montado fraudes, mas certamente não é a esses interesses que Cavaco se refere.

Para Cavaco há dois jogos, o da democracia parlamentar onde estão os interesses partidários e das reuniões secretas com controleiros de Belém onde se discutem as uniões nacionais segundo os superiores interesses dos portugueses, tal como são interpretados por Sua Excelência
.




jumento.blogspot.pt

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