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segunda-feira, 15 de outubro de 2012



ESTE GAJO NÃO TEM EMENDA - RELVAS DE NOVO APANHADO A ESCUTAR


Relvas apanhado em escutas sobre privatizações



15 de Outubro, 2012por Margarida Davim


A edição desta segunda-feira do jornal Público revela que a Polícia Judiciária interceptou conversas telefónicas entre o ministro Miguel Relvas e José Maria Ricciardi do Banco Espírito Santo Investimento (BESI) sobre a privatização da EDP e da REN.
Os telefonemas foram escutados pela PJ no âmbito da operação Monte Branco, uma investigação para desmontar uma rede de lavagem de dinheiro. Mas as gravações, realizadas entre Setembro de 2011 e Fevereiro deste ano, foram feitas no âmbito de recolha de informação e não de recolha de provas.
Segundo fontes policiais ouvidas pelo Público, as conversas entre Relvas e Ricciardi, «mesmo não sendo ilícitas», revelam a «enorme» informalidade com que assuntos como as privatizações são tratados entre detentores de cargos políticos e banqueiros.
O jornal Público tentou saber junto da Procuradoria-Geral da República (PGR) se o ministro dos Assuntos Parlamentares teria sido chamado a prestar declarações sobre as privatizações da REN e da EDP.
A PGR limitou-se, contudo, a responder por e-mail, explicando que «o processo encontra-se em segredo de Justiça, pelo que não é possível qualquer esclarecimento sobre o seu conteúdo».
Tanto José Maria Ricciardi como Miguel Relvas afastam a hipótese de alguma das suas conversas ter algum conteúdo ilícito.
«Não sei o que possa ter dito de errado ao Dr. Miguel Relvas», comentou Ricciardi, admitindo ter demonstrado o seu descontentamento por ver o BESI afastado da consultoria financeira das operações – trabalho dado à norte-americana Perella Wrinberg, por ajuste directo.
Já Miguel Relvas reagiu com «espanto» pelo facto de o Público ter acesso a assuntos «que, se verdadeiros fossem, estariam cobertos pelo segredo de Justiça». E prometeu defender-se nos tribunais, caso o Público noticiasse as escutas. «Desde Já advirto que qualquer notícia difamatória será obviamente tratada no palco judicial», respondeu por escrito o ministro depois de contactado pelo diário da Sonae.
margarida.davim@sol.pt

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