E daí, talvez...
O despertador marcava 4:23. Nas últimas duas horas e três quartos assistira de olho arregalado à passagem de cada minuto, como quem desfia dolorosamente as contas de um rozário, implorando ao divino a graça da fé. Ou pelo menos a Graça cabeleireira, que é bem-boa.
A malvada insónia e as palavras do Pinheiro de Azevedo martelando-me na cabeça, estavam a transformar o merecido tempo de repouso numa angústia quase igual à vertigem de... um... discurso... de... Vitor... Gaspar. Com a breca, o Pinheiro de Azevedo tinha toda a razão - "Estou farto de brincadeiras, ok? ... fui sequestrado, já duas vezes, já chega. Não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia. " E a mim também me chateia Pinheiro, não gosto de ser sequestrado e muito menos de untar o vesgo de vazelina esterilizada, orçamento após orçamento. Sobretudo quando é o próprio arquitecto do miraculoso programa de emagrecimento e rejuvescimento, o frenético... ministro... Vitor... Gaspar, a confirmar que Portugal continua a esbanjar sem critério, desvendando que o país investiu na sua educação uma pipa de massa. Da grossa. Tá bom de ver, mais um péssimo investimento, mais um negócio ruinoso para um país demasiado generoso. Antes o dinheiro tivesse sido gasto em bolota que assim sempre lhe punhamos um presunto ao fumeiro e já nos sentíamos ressarcidos, uma vez que o vagaroso alfário insiste em retribuir o que ruminou durante algumas décadas. Mas fique sabendo caro... Gaspar, que por mim pode deixar-se de mesuras e de cerimónias, vá andando que não me deve absolutamente nada desses anos em que se deliciou em prados verdejantes. Chô! Chô!
Não sei se foi da noite mal dormida, se de me sentir sequestrado, ou se da greve dos padeiros, e daí talvez. A verdade é que senti de novo uma enorme vontade de... é pá, desculpem lá mas agora vou almoçar!...
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