Autarquias: Câmaras de Lagos e Faro têm património à venda
Pagamento de dívidas com venda de imóveis
As Câmaras de Faro e Lagos querem arrecadar cerca de 30 milhões de euros com a venda de património. O dinheiro resultante da alienação de imóveis destina-se ao pagamento de dívidas.
Em Faro, a autarquia tem à venda um vasto conjunto de património que poderá render cerca de 15 milhões de euros. Destaque para um terreno em Estói, com uma área urbanizável superior a 108 mil metros cúbicos, cujo valor base é de 6,4 milhões de euros, bem como para cinco imóveis na Vila Adentro, avaliados em 2,1 milhões, e para a antiga Fábrica da Cerveja, na Freguesia da Sé, que poderá valer mais de dois milhões.
Macário Correia, presidente da câmara, reconhece que alguns dos imóveis já estiveram à venda no passado, mas não houve compradores. "Temos vendido algumas coisas, mas menos do que gostaríamos", salienta o autarca.
Em Lagos, a autarquia pretende vender património avaliado também em cerca de 15 milhões de euros, até meados do próximo ano. Para já, aprovou a alienação de quatro imóveis, tendo reduzido em 10% o valor base inicialmente definido.
Júlio Barroso, presidente da câmara, diz que a decisão de reduzir o preço resulta da própria "crise em que nos encontramos", visando, desta forma, atrair o interesse de potenciais investidores. Mas o autarca garante que não aceitará que seja posto à venda património a preço de saldo. Quanto ao restante património, o processo para a sua alienação está ainda em elaboração.
AUTARCAS QUEREM PÔR CONTAS EM DIA
"Com o empréstimo que pretendemos obter através do Programa de Apoio à Economia Local, de 10 milhões de euros, bastaria arrecadarmos 5 milhões com a venda de imóveis para ficarmos com as dívidas de curto prazo a zero", diz Júlio Barroso, presidente da Câmara de Lagos. O seu homólogo farense, Macário Correia, revela, por seu turno, que se a autarquia vendesse o património pelo valor da avaliação, conseguia "pagar metade da facturação já vencida". Mas o autarca admite que, devido à crise, "não se consegue vender facilmente". Por isso algumas hastas públicas já lançadas pela autarquia ficaram desertas.
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