“Dia das Crianças… alegria dos capitalistas!” |
Estamos nos aproximando de mais uma data “comemorativa”: 12 de outubro, Dia das Crianças. Mas a data que deveria valorizar a criança e sua importância na sociedade não passa de mais uma data comercial, cujo objetivo é vender. São propagandas para vender desde brinquedos até aparelhos celulares de última geração.
O blog Infância Livre do Consumismo aborda este assunto: por que propaganda é prejudicial às crianças? A publicidade infantil é danosa a elas quando as pressiona a desejar cada vez mais bens de consumo, associando-os a um discurso enganoso, de alegria, felicidade e status social. Além de trazer sofrimento às crianças que não podem obter esses bens devido à falta de recursos financeiros, essa pressão não pode ser devidamente elaborada pelos pequenos, cujo senso crítico ainda está em desenvolvimento.
Capitalismo transforma a infância em lucro
A questão da infância é tratada como um grande problema da sociedade capitalista. Não se pode esperar algo diferente de uma sociedade baseada na desigualdade social, na injustiça e no desprezo ao ser humano.
Além das privações e dificuldades às quais as crianças são submetidas, elas ainda são manipuladas para reproduzir, desde cedo, o desejo infindável pelo consumo. Basta ver o volume de publicidade na televisão voltada a esse público, com o objetivo premeditado de manipular as novas gerações a comprar, a pensar e a agir de acordo com o que deseja o sistema. Exemplos são as “historinhas” e desenhos animados, seja a de Cinderela, que espera seu príncipe encantado, seja a de Mickey Mouse, Ben 10, Superman, Batman, Pica-pau, Bob Esponja, Barbie.
O documentário Consuming kids (Comercialização da infância, EUA, 2008, direção de Adriana Barbaro e Jeremy Earp) aborda como as grandes corporações se utilizam da infância para gerar lucros gigantescos, vendendo todo tipo de produtos, muitas vezes de forma desonesta, desumana e pouco ética, tornando as crianças vulneráveis na idade mais delicada de suas vidas.
Segundo o documentário, “cada vez mais os brinquedos representam personagens de TV, reduzindo o poder de imaginação, deixando as crianças menos criativas. Cada vez mais, substitui-se a brincadeira de rua pela tela de TV ou computador. Com isso, as crianças estão se tornando mais obesas e menos atentas. O número de casos de disfunção bipolar infantil é quatro vezes maior que há 30 anos, sem falar em outras doenças crescendo assustadoramente nessa faixa etária, como diabete, depressão e hipertensão”. Os comerciais de fast food, brinquedos, roupas e até mesmo automóveis para os pais são produzidos com a participação de profissionais como psicólogos e antropólogos, desviando a ciência para a direção do lucro.
E o que resta às crianças não é nada além de serem carregadas nesse turbilhão de informações, necessidades inventadas e desejos, os quais não poderão ser realizados nem no Natal, nem no Dia das Crianças, no aniversário ou em qualquer data do ano. Na maioria dos lares brasileiros os pais estão lutando de sol a sol para garantir minimamente a comida para pôr na mesa. Assim é que muitas crianças crescem frustradas por não terem ou não serem como no mundo perfeito da televisão.
Um país não pode crescer, ser verdadeiramente desenvolvido, justo e saudável se não trata com prioridade, carinho e respeito suas crianças. A devida atenção à infância só será garantida numa sociedade em que não seja o lucro o principal, e sim a vida humana.
A sociedade socialista já provou, na prática, que é capaz de solucionar este e tantos outros problemas, garantindo creche em tempo integral nos bairros e dentro do próprio local de trabalho de suas mães; lavanderias e cozinhas coletivas; educação de qualidade desde a base do ensino, exterminando o analfabetismo, formando o indivíduo através da ciência, do esporte, da cultura; acompanhamento permanente da saúde, com uma alimentação saudável e prevenção de doenças.
Izabele Gomes, Campina Grande
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