FRANÇOIS HOLLANDE SOBE IMPOSTOS AOS RICOS
SÍNTESE - EIS A DIFERENÇA ENTRE A FRANÇA DE HOLLANDE E O GOVERNO DE PASSOS COELHO - As empresas vão passar a pagar uma taxa de 3% sobre os dividendos pagos aos accionistas, enquanto que as contribuições a pagar ao Estado pelas ‘stock-options' pagas aos executivos, bem como as acções entregues de graça aos altos quadros, vão subir de 22 para 40%. Ao mesmo tempo, a taxa sobre as transacções financeiras passa para o dobro, enquanto os bancos irão pagar um imposto adicional... as empresas petrolíferas vão pagar uma sobretaxa sobre as suas reservas, enquanto que as grandes firmas - com um volume de negócios anual superior a 250 milhões de euros - terão que pagar antecipadamente a contribuição excepcional de 5%... os que ganham mais de um milhão de euros por ano vão estar sujeitos a um "imposto de solidariedade" especial sobre os seus vencimentos de 75%.
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Pedro Duarte - O novo governo francês determinou hoje a subida de vários impostos para controlar o défice. A carga fiscal recai sobre os mais abastados.
O governo do novo presidente francês François Hollande continua a cumprir as suas promessas eleitorais, aprovando um projecto de orçamento que procura aumentar as receitas através de um agravamento da carga fiscal aos ricos e às grandes empresas.
Deste modo, segundo o orçamento rectificativo hoje aprovado pelo governo francês, em nome do que é classificado de "desfinancialização" da economia,as empresas vão passar a pagar uma taxa de 3% sobre os dividendos pagos aos accionistas, enquanto que as contribuições a pagar ao Estado pelas ‘stock-options' pagas aos executivos, bem como as acções entregues de graça aos altos quadros, vão subir de 22 para 40%. Ao mesmo tempo, a taxa sobre as transacções financeiras passa para o dobro, enquanto os bancos irão pagar um imposto adicional.
Em adição, as empresas petrolíferas vão pagar uma sobretaxa sobre as suas reservas, enquanto que as grandes firmas - com um volume de negócios anual superior a 250 milhões de euros - terão que pagar antecipadamente a contribuição excepcional de 5% a que se encontravam sujeitas desde 2011. Já todos os que ganham mais de um milhão de euros por ano vão estar sujeitos a um "imposto de solidariedade" especial sobre os seus vencimentos de 75%.
Com estas medidas, o governo de Hollande espera arrecadar 7,2 mil milhões de euros em receitas adicionais, mais do que o suficiente para conseguir um défice público dentro dos objectivos acordados com Bruxelas.
Alívio à sociedade
Em sentido contrário, o executivo socialista decidiu abolir a intenção do governo anterior de aumentar o IVA, mantendo-se este nos 19,6%. Já a contribuição social paga pelas empresas sobre os planos de poupança dos trabalhadores irá disparar dos actuais 8% para os 20%, de modo a garantir a segurança das reformas dos trabalhadores. A piorar as notícias para os grandes empresários, Hollande aboliu o direito das firmas de deduzir nos seus impostos os montantes pagos pelas firmas para estes planos de poupança.
Após o anúncio das novas medidas orçamentais, o ministro francês do Orçamento, Jérôme Cahuzac, afirmou que parece ao novo executivo "que o governo anterior estava a esconder dados" sobre as receitas fiscais, as quais terão sido "subestimadas de modo voluntário" pelo governo de direita em cerca de sete mil milhões de euros para este ano
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