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sábado, 14 de julho de 2012

DOR DE SEM ABRIGO DIVERTIA JOVENS ENDINHEIRADOS

Os quatro jovens, oriundos de ricas famílias de Cascais e que anteontem foram detidos pela PJ, tinham já estado dezenas de vezes no prédio devoluto frequentado por sem-abrigo, em Caxias, Oeiras. Divertiam-se a assustá-los e a atacá-los das mais diversas formas.

Na manhã de 31 de Março saíram todos da discoteca e, alcoolizados, foram incomodá-los. Incendiaram-lhes a casa, puseram-nos em risco de vida, mas, ontem, o juiz do Tribunal de Oeiras, libertou os quatro jovens. Estão indiciados pela tentativa de homicídio de quatro cabo-verdianos, mas têm como medida de coacção, apenas, a obrigação de se apresentarem regularmente às autoridades. Estão ainda proibidos de passarem na rua onde provocaram o pânico.

Segundo o CM apurou, tudo terá acontecido diante do olhar assustado dos quatro homens. Os jovens atacaram de madrugada e depois de arrancarem a roupa que estava no estendal, atearam fogo na casa. Partiram ainda, a pontapé, as portas dos quartos onde aqueles dormiam e saíram, obrigando as vítimas a saltar do 2º andar.

Os quatro jovens, três deles universitários, nunca admitiram a autoria do bárbaro crime. No entanto, as vítimas não tiveram dúvidas e reconheceram-nos como os autores do fogo. Contaram, aliás, à PJ que os detidos já lá tinham estado várias vezes, sempre para se divertirem enquanto os atacavam. Durante esses momentos eram confrontados, repetidamente, com insultos de teor racista.

Os actos violentos, cometidos por motivações puramente fúteis, deixaram perplexos os inspectores. As famílias descreveram-nos como jovens educados que nunca causaram problemas. O MP pediu que fossem para a cadeia.

ENSINAMENTOS CATÓLICOS NO EXTERNATO

Embora três dos detidos frequentem já a Universidade - o quarto cúmplice trabalha num restaurante gourmet propriedade de um familiar - todos os jovens continuam a manter fortes ligações ao Externato dos Maristas, estabelecimento de ensino que frequentaram, e não ao Colégio dos Salesianos como ontem o nosso jornal erradamente noticiou.

No Externato dos Maristas, um dos colégios mais caros e prestigiados da região de Lisboa, os quatro jovens receberam uma educação católica, alicerçada nos valores humanos - um dos princípios mais presentes no estabelecimento -, o que chocou ainda mais os inspectores da Polícia Judiciária de Lisboa.

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