Algarve: Movimento “Geração à Rasca”(GàR) a caminho da internacionalização
12-04-2011 19:11:00
A 12 de março levaram para a rua em Faro a 3ª manif do país mais concorrida. Agora mobilizam-se para participar, a 15 de maio, num protesto de nível europeu, cuja convocatória já circula pela internet. Partidos políticos já “piscam o olho” aos organizadores da GàR do Algarve.
Espanha, Itália, França, Espanha, Hungria são alguns dos países onde estão a nascer, inspirados pelo Movimento “Geração à Rasca” português, iniciativas cívicas críticas do tipo de governação que “afeta todos os cidadãos”.
Já há uma data, 15 de maio, para se realizarem manifestações nos diversos países da Europa, afirma Paulo Ribeiro, “trabalhador” que, a par do estudante Rubem Dias, do desempregado José Martins e do dono de uma micro-empresa, Carlos Lucas ,realizaram hoje um Faro uma conferência de imprensa para lançarem pistas sobre novas iniciativas do GàR Algarve.
Sempre sob o signo de movimento “apartidário, laico e pacífico” um dos primeiros objetivos é a cooperação com outros movimentos semelhantes a nível nacional e fora do país. “Há já cooperação com a Organização não governamental (ONG) Malestar, e as GàR’s da Terceira (Açores), Leiria, Viseu e Castelo Branco ”, com as quais se vai avançar de imediato para uma plataforma de comunicação aberta a todos os que queiram deixar ideias” explica ainda Paulo Ribeiro.
Inevitavelmente, o ponto de encontro é nas redes sociais através da página, já ativa no Facebook, do GàR Algarve .
A participação poderá passar por “vídeos críticos sobre as más políticas de governação que afetam as populações, mas também sobre a proposta de novos atos de cidadania e debate sobre os problemas das comunidades”.
Partidos estão atentos e piscam o olho à GàR Algarve
Questionados pelo Observatório do Algarve sobre qual o impacto de terem sido os organizadores da terceira maior manifestação do país, quando a 12 de março mais de 6000 pessoas sairam à rua em Faro, é o estudante Rubem Dias quem reconhece que “já houve convites para integrar listas partidárias” sem todavia nomear quais os partidos que protagonizaram esses contactos.
“Há os que se ofereceram para ajudar, mas creio que o interesse real é capitalizar votos, pelo que nos vamos manter como movimento de cidadania com as mesmas regras de início", concluiu.
“Este é um movimento sem donos” reforça por sua vez José Martins, que no entanto reconhece neste interesse das estruturas partidárias "uma prova" de os movimentos de cidadania estarem a ganhar importância.
“Não queremos ser apenas um movimento de protesto e de manifestações” e para isso impõe-se uma maior união entre as diversas estruturas que iniciam atos de participação cívica”, defende.
Se a participação a nível internacional é uma das iniciativas imediatas, a nível caseiro e “à beira de eleições” o GàR Algarve apela ao voto, como uma forma de cidadania ativa.
A nível regional, e sem pretender “protagonismos, nem nomear líderes” os promotores do movimento geração à rasca no Algarve apoiam a iniciativa cívica contra as portagens na Via do Infante, mas também querem incentivar a participação no governo autárquico, "através de uma maior participação dos cidadãos nas assembleias municipais e de freguesia".
Paulo Ribeiro conta ao Observatório do Algarve que a organização da manifestação em Faro partiu da necessidade, partilhada através das redes sociais, de os protagonistas quererem participar na reunião de 12 de março convocada para Lisboa, onde estiveram cerca de 200 mil pessoas, mas “não havia dinheiro para isso. E então pensamos que nos podíamos manifestar aqui mesmo, em Faro, mas só nos conhecemos pessoalmente naquele dia”.
“Só tínhamos uns dois mil ‘gostos’ (pessoas que concordam com as mensagens do Facebook) e depois apareceram mais de seis mil”, recorda.
Está também no calendário a participação na inciativa "vem abraçar Portugal" que sairá para a rua em várias cidades do país a 22 de Maio, porque afinal há que "consolidar", nem que seja com abraços, o ponto de encontro virtual que são as redes sociais.
Artigo retirado do Observatório do Algarve on line
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