Aumenta pressão especulativa sobre a Grécia
FMI arruína Grécia
Colapso iminente
Um ano após o governo grego ter colocado o país nas mãos do FMI e das instituições europeias, a situação financeira não só não melhorou como, pelo contrário, aumentaram os riscos de bancarrota.
Quando pediu «ajuda», o governo social-democrata justificou-se com taxas de juro incomportáveis que na altura atingiam os 10,2 por cento. Porém, na semana passada, dia 21, os empréstimos a dois anos alcançaram a extraordinária taxa de 23 por cento, na sequência da divulgação de um rumor sobre um iminente pedido de renegociação da dívida por parte de Atenas.
No mesmo dia, os «mercados» exigiram 16,7 por cento de juros por montantes a cinco anos e 14,9 por cento por um prazo de dez anos.
Por trás desta pressão especulativa parece ter estado a informação veiculada pelo grupo financeiro norte-americano Citigroup de que o governo helénico estaria a intensificar as conversações sobre a reestruturação da dívida.
Apesar dos desmentidos oficiais, e independentemente de o rumor ter sido motivado por óbvios objectivos de agiotagem, a verdade é que o governo grego dá crescentes sinais de desespero.
Tendo imposto um severo programa de austeridade que reduziu fortemente o poder de compra das massas e mergulhou a economia na maior recessão do pós-guerra, a equipa de Papandreu anunciou recentemente um novo pacote de cortes sociais, visando poupar 26 mil milhões de euros.
Há dias, decidiu apelar ao espírito patriótico dos residentes no estrangeiro para que comprem dívida no valor de dois mil milhões de euros. A operação será montada nos EUA, país onde vivem 61 por cento dos emigrantes gregos.
Seguir-se-á um vasto plano de privatizações, avaliado em 50 mil milhões de euros, que entregará o controlo de empresas públicas estratégicas às multinacionais alemãs e britânicas, já hoje detentoras de parte do capital.
Mas tudo isto parece insignificante quando comparado com as proporções da dívida grega: numa economia que gera anualmente cerca de 170 mil milhões de euros (PIB), o endividamento público e privado somados ultrapassam os 340 mil milhões de euros, tendo aumentado 41 mil milhões só em 2010, como referiu a secretária-geral do KKE, Aleka Papariga, num comício realizado dia 18, em Atenas, defendendo o cancelamento da dívida.
De resto, os próprios especialistas financeiros não duvidam da necessidade da reestruturação da dívida, prevendo a prazo a inevitável bancarrota da Grécia.
Todavia o grande capital europeu está interessado em arrastar a situação. Como também refere o Citigroup, o incumprimento da Grécia colocaria em sérias dificuldades colossos bancários europeus como, por exemplo, o Deutsche Bank, que detém 2430 milhões da dívida grega, ou o francês BNP Paribas, a braços com cinco mil milhões de euros.
Sem comentários:
Enviar um comentário