AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

28 de Setembro de 1864: Karl Marx organiza, em Londres, a I Internacional


O dia 28 de Setembro de 1864 marca a fundação em Londres da Associação Internacional de Trabalhadores, historicamente conhecida como a Primeira Internacional. A Internacional  defendia a rápida abolição dos exércitos nacionais, o direito à greve e a colectivização dos meios de produção. As suas actividades foram interrompidas pela guerra de 1870, porém retoma os trabalhos em 1889 no Congresso de Paris, já sob o nome de Segunda Internacional.

Nos primeiros anos da década de 1860, a conjuntura internacional fez com que lideranças sindicais e activistas socialistas começassem a pensar em fundar uma organização que reunisse os sentimentos universais a favor da luta dos trabalhadores e das nações oprimidas.

Num dia de Setembro de 1864, um jovem trabalhador francês,  Victor Le Lubez, bateu à porta de Karl Marx em Londres, onde vivia. Solicitou-lhe que lhe indicasse um nome de alguém da classe trabalhadora que falasse alemão para uma reunião organizada por sindicalistas ingleses e franceses. Marx prontamente indicou Johann Eccarius, um alfaiate bastante sério e que se saiu a contento.  


A associação internacional dos trabalhadores começou a tomar corpo, Marx, embora abalado com a morte em romântico duelo de Ferdinand Lassalle, o líder dos socialistas alemães e fundador da primeira organização de trabalhadores na Alemanha (a Allgemeinen Deutschen Arbeitervereins), resolveu estar presente no Matins’s Hall em Londres, onde a associação foi anunciada. 

Uma conjugação virtuosa de acontecimentos internacionais sacudiu a letargia e as discussões intermináveis em que o mundo revolucionário e sindical se encontrava. Em 1861, o condottiero italiano Giuseppe Garibaldi ao comando das suas tropas envergando camisas vermelhas, ocupara a Sicília e integrara-a, juntamente com Nápoles, no Reino da Itália ainda em formação. O mundo espantou-se com a ousadia daquela acção levada a cabo por tão poucos. 

A unificação da península foi a primeira derrota depois de muitos anos das forças ultraconservadoras da Europa de então: a Igreja Católica e o Império Austro-húngaro. 

A isso se somou a notícia do início da Guerra de Secessão nos Estados Unidos e a abolição da escravatura, a rebelião polaca de 1863 contra o domínio czarista. Em todos esses acontecimentos, houve uma notável onda de solidariedade internacional por aqueles que lutavam a favor da causa da liberdade. 

Impactados com o que ocorria no mundo, vários sindicalistas ingleses como George Odger, Cremer e Wheeler, trataram então de dar procedimento à fundação de uma instituição que captasse e canalizasse o sentimento de fraternidade que então brotava: a International Working Men´s Association. Marx, testemunha do evento, confessou a Engels em carta de 4 de Novembro de 1864, que “permaneceu o tempo inteiro como uma figura muda”, o que não deveria ser fácil para um homem tão loquaz. Após os discursos elegeu-se um Conselho Geral.,com trabalhadores de várias procedências. Marx, indicado como secretário, era o mais célebre. 

A Primeira Internacional Socialista era uma confederação de tendências ideológicas as mais diversas. 
Além dos sindicalistas puros que não queriam envolver-se na política, havia os proudhonianos, os republicanos, os democratas radicais seguidores de Mazzini, antigos cartistas ingleses, blanquistas franceses e alemães, seguidores de Lassalle. Solicitaram a Marx que redigisse uma declaração de princípios e os estatutos provisórios. 

Quanto ao programa de lutas, ele implicava numa série de reivindicações e propostas, que foram sendo acrescentadas ao longo da curta existência da Primeira Internacional, entre eles: a permanente solidariedade a todos os trabalhadores e às suas lutas; a promoção do trabalho cooperativo; redução da jornada das mulheres e das crianças; difusão da lei da jornada de 10 horas pelo restante das nações; estímulo à organização sindical; o estabelecimento de um Polónia livre e democrática, bem como defesa da autodeterminação das nações, opondo-se firmemente "às imensas usurpações realizadas sem obstáculo por essa potência bárbara, cuja cabeça está em São Petersburgo (a Rússia czarista); exigir que "as sensíveis leis da moral e da justiça, que devem presidir as relações entre indivíduos, sejam as leis supremas das relações entre as nações". 

O Conselho Geral da Internacional Socialista foi formado por George Odger (Presidente; George Wheeler (tesoureiro); Karl Marx (secretário pela Alemanha); G.Fontana (pela Itália); J. Holtorp (pela Polónia); Herman Jung (pela Suíça); P. Lebez (pela França). Desnecessário lembrar que foi Karl Marx quem se tornou a alma da organização, trazendo para perto de si gente da sua confiança e, em geral, intelectualmente qualificada para assumir a responsabilidade da divulgação e da enorme correspondência. Para as classes privilegiadas, para os grandes proprietários, os banqueiros, o grande empresariado e mesmo para as classes médias daquela época, o “demónio” passou a ser mais visível, passou a ter um só nome: a Internacional Socialista, dirigida pelo Doutor Vermelho, Karl Marx. 
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Karl Marx


1 comentário:

Aderito disse...

Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels. Proletários de todos os países, uni-vos!